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Liliane Corrêa9 de outubro de 2003

Investidor do Ground Zero engaja mais três arquitetos famosos para auxiliar Libeskind. Se o projeto vai vingar?

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Projeto de Libeskind para o Ground ZeroFoto: AP

O investidor Larry Silverstein, preocupado com o real uso econômico da obra de Daniel Libeskind para o Ground Zero, engajou três arquitetos famosos para auxiliá-lo na adaptação do projeto quanto à maximização do aproveitamento comercial do edifício: Lord Norman Foster, de Londres, Jean Nouvel, de Paris, e o japonês Fumihiko Maki, três dos mais brilhantes arquitetos do mundo.

Problemas para comercializar

A parte mais complicada seria o topo da Freedom Tower, planejado para ser o edifício mais alto do mundo, com 541 metros de altura, ou cerca de 1776 pés, fazendo referência ao ano de independência dos EUA. O projeto ainda inclui jardins, um observatório e um restaurante, bem como uma atração especial que diz respeito aos raios de sol, que seriam refletidos ou recebidos diretamente pelo edifício entre 8:46 e 10:28 horas, horário em que os aviões realizaram os terríveis ataques às torres gêmeas.

Daniel Libeskind aparentemente não se importa com mudanças e diz que, como o projeto envolve tantas pessoas, tem de ser flexível. O que parece certo, porém, é que ele deverá ser consultado apenas em questões conceituais e esquemáticas. De qualquer maneira, Libeskind insiste que não permitirá qualquer mudança aleatória. Para ele, seu projeto "é uma parte da alma e do coração e tenta fazer do mundo um lugar melhor (...) Não se pode construir quando não se acredita em um futuro e não se tem mais esperança". De preferência, esperança de que seu grandioso conceito não se perca nas mãos dos pragmáticos economistas...

Para quem não conhece...

O arquiteto Libeskind é especialmente conhecido por seu discurso crítico e por sua interdisciplinaridade: filosofia, arte, música são alguns dos argumentos utilizados em seus projetos e idéias incomuns. Autor de projetos como o Imperial War Museum na Inglaterra e o Felix Nussbaum Haus na Alemanha, alcançou o ápice da fama ao ganhar o concurso para desenhar o Museu Judaico de Berlim, um longo ziguezague que abraça a terra, em que 2000 anos da vida judaica alemã são narrados. Libeskind definiu-o como "entre as linhas": " É uma linha reta mas quebrada em vários segmentos, a outra é uma linha tortuosa, mas contínua indefinidamente". Apenas um exemplo do estilo polêmico, arrojado e intrigante do arquiteto judeu natural da Polônia e naturalizado norte-americano. Alcancou o pico de sua carreira ao ganhar o concurso para reconstruir a área do World Trade Center, após o fatídico 11 de setembro de 2001.