Zimbabué vota em eleições históricas
30 de julho de 2018Mais de cinco milhões de eleitores são chamados a votar nas primeiras eleições após a demissão do ex-Presidente Robert Mugabe. Na manhã desta segunda-feira (30.07), já havia longas filas de eleitores à espera de colocar os seus votos nas urnas, na capital, Harare.
"É um dia histórico", afirmou Fabian Masika, um eleitor que se levantou às quatro e meia da manhã para ir votar. "Votarei em Chamisa, porque é um voto pela mudança, é um voto na juventude. Amanhã teremos um novo Presidente".
Ao todo, há mais de 20 candidatos à Presidência, mas apenas dois são tidos como favoritos: o líder da oposição, Nelson Chamisa, e o Presidente Emmerson Mnangagwa, que está no poder desde que Mugabe foi obrigado a demitir-se na sequência de um golpe militar, em novembro de 2017.
No domingo, Mugabe anunciou que não votaria em Mnangagwa nestas eleições.
Fraude?
Nas vésperas das eleições, a oposição acusou a Comissão Eleitoral do Zimbabué de manipulação, a favor do partido no poder, a União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF, na sigla inglesa). Milhares de observadores eleitores estão a monitorizar o escrutínio, em todo o país.
"Este é um momento-chave no caminho democrático do Zimbabué", afirmou Ellen Johnson Sirleaf, ex-Presidente da Libéria e líder da missão internacional de observadores.
"As eleições de hoje são uma oportunidade para cortar com o passado. As filas e o entusiamo dos eleitores que estamos a ver esta manhã têm de ser acompanhadas de uma contagem [dos votos] precisa, e a sua escolha deve ser honrada."