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"Várias pessoas irão querer seguir o meu caminho”

9 de novembro de 2012

A frase é de Jaime Pacante, um dos 56 jovens moçambicanos que estão no Brasil para treinamento profissional. Para ele, a iniciativa ajudará no desenvolvimento dele e do país, que sofre com a falta de especialistas.

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Mina de carvão em MoatizeFoto: Marta Barroso

A história de Jaime Pacante, moçambicano de 23 anos, reflete um pouco as deficiências do mercado de trabalho em Moçambique. O jovem oriundo da província de Tete (centro), faz parte de um grupo de moçambicanos que está no Brasil desde agosto para treinamento profissional na área de mineração.

O grupo foi enviado pela segunda maior mineradora do mundo, Vale, que opera numa mina de carvão em Moatize, na província de Tete, e numa ferrovia ligando a região ao porto da Beira, na província de Sofala, também no centro do país.

Nas cidades brasileiras de Belo Horizonte, Minas Gerais, e Carajás, no Pará, o grupo de moçambicanos tem a oportunidade de colocar em prática a teoria adiquirida no treinamento. “Porque em Moçambique, nós não viamos os componentes. Só conseguíamos ter acesso às ilustrações e aos videos. Aqui é bem diferente. Consigo ver a ilustração, tenho a oportunidade de pegar no físico e compará-lo na sala de aula”, relata Jaime Pacante.

Falta de Mão de Obra

Indústria moçambicana, ainda em desenvolvimento, enfrenta falta de mão de obra qualificada
Indústria moçambicana, ainda em desenvolvimento, enfrenta falta de mão de obra qualificadaFoto: DW

A indústria moçambicana, ainda em desenvolvimento, enfrenta a falta de mão de obra qualificada em vários setores. Um deles, é o de mineração. A dificuldade fica clara para as empresas que chegam ao país como explica Américo Sarmento, supervisor de treinamento da Vale: “A indústria de Moçambique é ainda emergente, sobretudo a de mineração, ela é recente. É muito dificil conseguir mão de obra especializada”, destaca Sarmento.

Para driblar o problema, empresas como a Vale decidiram capacitar os próprios profissionais. Desde 2009, a mineradora brasileira qualificou mais de 800 técnicos moçambicanos para as áreas de mina, central elétrica, manutenção e operação de locomtiva. O envio de profissionais ao Brasil faz parte do treninamento.

Nova Turma

Jaime Pacante, de 23 anos, viajou mais de nove mil quilómetros entre Moçambique e o Brasil. Eletricista de formação, Pacante aposta na qualificação que está a receber para se desenvolver profissionalmente e até influenciar outros jovens em relação à  importância de se adquirir conhecimento.

“Eu sei que atrás de mim, existem várias pessoas que irão querer seguir o meu caminho e aí ajudarei o meu país diretamente”, afirma o jovem moçambicano que chegou a abandonar um antigo emprego para adquirir conhecimento técnico.

As vagas em Moçambique existem, mas estão voltadas principalmente para a área técnica. E a maioria das pessoas não possui essa qualificação.

O grupo de 56 moçambicanos, entre eles Jaime Pacante, chegou ao Brasil em agosto passado e durante nove meses participará do treinamento profissional no país sul-americano.

Autor: Wellington Carvalho
Edição: António Rocha

"Várias pessoas irão querer seguir o meu caminho"