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Um morto e dezenas de feridos em controntos na Bielorrússia

Lusa | ms
10 de agosto de 2020

Um homem morreu e dezenas de pessoas ficaram feridas durante manifestações em Minsk, no domingo, em protesto contra o resultado das presidenciais na Bielorrússia, que dão a vitória a Lukashenko. Putin já o felicitou.

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Protestos de domingo à noite em MinskFoto: Reuters/V. Fedosenko

A informação sobre a vítima mortal tem como fonte a organização não-governamental de defesa de direitos humanos Viasna. "Um jovem foi vítima de um traumatismo craniano depois de ter sido atingido por um veículo" das forças da ordem durante as manifestações no centro da cidade, disse a ONG em comunicado, acrescentando que há dezenas de feridos em hospitais de Minsk. 

Os militantes da oposição não aceitam o resultado oficial da votação de domingo (09.08). O atual Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, venceu as eleições presidenciais com 80,23% dos votos, anunciou hoje a agência de notícias estatal Belta, no dia seguinte ao escrutínio marcado por violência e acusações de fraude.

Weißrussland Minsk | Alexander Lukaschenko im Gespräch mit der Presse nach Stimmabgabe
Alexander Lukashenko está há 26 anos no poder Foto: picture-alliance/dpa/A. Pokumeiko

A grande rival de Lukashenko, a opositora Svetlana Tikhanovskaia, obteve 9,9% dos votos, de acordo com os primeiros resultados oficiais da Comissão Eleitoral bielorrussa.

No domingo, houve manifestações em várias cidades em protesto contra a vitória anunciada de Lukashenko, de 65 anos, para um sexto mandato presidencial consecutivo.

A polícia utilizou granadas sonoras e balas de borracha para dispersar os manifestantes no centro de Minsk, onde milhares de manifestantes se reuniram durante a noite.

Putin felicita Lukashenko pela vitória

O Presidente russo, Vladimir Putin, já enviou felicitações ao homólogo bielorrusso, proclamado vencedor das eleições. "A sua ação à frente do Estado vai permitir o desenvolvimento futuro das relações entre a Rússia e a Bielorrússia - vantajoso para as duas partes", escreveu Putin num telegrama enviado para Minsk.

Nas últimas semanas, Lukashenko acusou o "tradicional aliado russo" de querer desestabilizar o país ao de apoiar a oposição.

A candidata da oposição na Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaia, já rejeitou os resultados oficiais das presidenciais  e pediu a Alexander Lukashenko que ceda os comandos do país. 

"O poder deve refletir como pode ceder-nos o poder. Considero-me vencedora das eleições", disse hoje à imprensa a candidata, denunciando a repressão das manifestações de domingo à noite contra a reeleição do Presidente. 

Belarus Präsidentschaftswahl Oppositionskandidatin Swetlana Tichanowskaja
Svetlana Tikhanovskaia: "Considero-me vencedora das eleições"Foto: picture alliance/AP Photo

Alemanha aponta irregularidades

Entretanto, o Governo alemão considerou esta segunda-feira que as presidenciais na Bielorrússia foram afetadas por "irregularidades sistemáticas" e não cumpriram "os padrões democráticos mínimos".   

O porta-voz do Executivo alemão, Steffen Seibert, disse em conferência de imprensa que foi "lamentável" o gesto do Governo de Minsk ao não permitir o trabalho dos observadores eleitorais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e que "tenha usado violência contra manifestantes pacíficos". 

O mesmo responsável também condenou o bloqueio da rede de internet e a detenção de jornalistas. Seibert instou a Bielorrússia a "aceitar a vontade dos cidadãos", mas não fez uma referência clara à aceitação, ou não, dos resultados das presidenciais por parte do Governo de Berlim.  

Mesmo assim, disse que o Governo alemão tem "grandes dúvidas" sobre o processo eleitoral e que vai acordar com os parceiros europeus uma avaliação da situação. 

Polónia apela a cimeira extraordinária da UE

Por seu turno, a Polónia apelou hoje a uma cimeira extraordinária da União Europeia (UE) sobre a situação na Bielorrússia, após os protestos ocorridos na noite de domingo em Minsk contra os resultados das presidenciais. "As autoridades utilizaram a força contra os seus cidadãos que reclamam uma mudança no país. Devemos apoiar o povo bielorrusso na sua busca pela liberdade", declarou primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, em comunicado.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deplorou a violência contra os manifestantes que contestam os resultados das eleições presidenciais de domingo na Bielorrússia, sublinhando que a liberdade de expressão deve ser defendida.  

"Violência contra manifestantes não é a resposta #Bielorrússia. A liberdade de expressão, a liberdade de reunião e os direitos humanos básicos devem ser defendidos", escreveu o presidente do Conselho Europeu, numa mensagem publicada hoje de manhã na sua conta oficial na rede social Twitter.

Artigo atualizado às 13h15 do Tempo Universial Coordenado.