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NATO rejeita exclusão aérea para não entrar no conflito

Lusa
4 de março de 2022

Secretário-geral da NATO afirma que os Aliados rejeitaram a exigência feita pela Ucrânia de criação de uma zona de exclusão aérea no país após a invasão russa, para evitar ser envolvidos no conflito.

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Brüssel | Sondertreffen NATO-Außenminister | Jens Stoltenberg
O secretário-geral da NATO, Jens StoltenbergFoto: Yves Herman/AFP/Getty Images

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Última atualização às 15:21 (UTC - Tempo Universal Coordenado)

Segundo o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, a questão [da zona de exclusão aérea] foi discutida e os Aliados concordaram que não deveriam ter aviões da NATO a operar no espaço aéreo ucraniano ou tropas da NATO no solo "porque poderíamos acabar com uma guerra total na Europa", disse.

Falando em conferência de imprensa na sede da NATO, em Bruxelas, após uma reunião extraordinária do Conselho do Atlântico Norte, o líder da Aliança Atlântica explicou que "a única forma de implementar uma zona de interdição de voo seria enviando caças da NATO para o espaço aéreo da Ucrânia e, em seguida, abater aviões russos para o fazer cumprir".

Porém, "temos a responsabilidade de evitar que esta guerra se agrave para além da Ucrânia porque isso seria ainda mais perigoso, mais devastador e causaria ainda mais sofrimento humano", referiu Jens Stoltenberg.

Ukraine | Training Luftwaffe | Kampfjet Mig-29
(foto ilustrativa)Foto: Roman Pilipey/dpa/picture alliance

"Aliança defensiva"

Stoltenberg assegurou ainda que "a NATO é uma aliança defensiva", disse, "não queremos fazer parte do conflito na Ucrânia".

A NATO reforçou as suas defesas no leste com o destacamento, pela primeira vez, da sua força de reação rápida, enviando milhares de tropas da Aliança para os países da zona oriental, colocando mais de 130 aviões de combate em alerta e mais de 200 navios no mar.

Na quinta-feira (03.03), o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu um reforço do apoio dos países ocidentais, insistindo que a Rússia, se derrotar o seu país, atacará depois o resto da Europa de leste para chegar "ao Muro de Berlim".

"Se desaparecermos, que Deus nos proteja, então será a Letónia, a Lituânia, a Estónia, etc... Até ao Muro de Berlim, acreditem em mim", afirmou Zelensky, acrescentando que o Kremlin pode ter como objetivo reconstruir toda a esfera de influência europeia da URSS.

Pedindo aos ocidentais que imponham uma zona de exclusão aérea no seu país desafiou-os, exclamando: "Se não têm força para fechar o céu, então deem-nos aviões".

Brüssel | Sondertreffen NATO-Außenminister
Participantes do encontro da NATO nesta sexta-feira (04.03)Foto: Olivier Douliery/AFP/Getty Images

Reunião extraordinária

Bruxelas acolheu hoje uma outra reunião extraordinária, dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, tal como a da NATO em formato alargado, e igualmente para discutir a guerra em curso na Ucrânia, ao nono dia da ofensiva militar russa.

Na reunião de hoje do Conselho do Atlântico Norte, participou por videoconferência o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kouleba.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a UE e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.

Nesta sexta-feira (04.03), também o órgão regulador dos meios de comunicação da Rússia (Roskomnadzor), decidiu pelo bloqueio no país da rede social Facebook, como resposta ao que foi classificado como "censura" das contas de veículos do país, em meio à ação invasão da Ucrânia.

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