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Ucrânia diz que grupo Wagner "humilhou" Kremlin

Lusa | rl
25 de junho de 2023

Assessor da presidência ucraniana afirma que grupo Wagner "quase anulou" o Presidente russo Vladimir Putin. Combatentes do grupo de mercenários já abandonaram as regiões de Rostov, Voronezh e Lipetsk.

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Russland | Wagner-Söldner ziehen sich aus Rostow am Don zurück
Foto: Alexander Ermochenko/REUTERS

A Ucrânia descreveu, este domingo (25.06), a rebelião de 24 horas do grupo paramilitar Wagner na Rússia como "uma humilhação" para o Kremlin.

De acordo com o assessor presidencial ucraniano Mikhailo Podoliak, a insurreição revelou a erosão do poder de Vladimir Putin, gerou o caos e foi resolvida através da mediação de "um intermediário de reputação duvidosa", como o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

"Foi uma excelente opção... Vocês quase anularam Putin, assumiram o controlo das autoridades centrais e de repente retiraram-se", salientou Podoliak, acrescentando que ficou demonstrado que o Kremlin não detém o "monopólio da violência".

Russland | TV Ansprache Putin
Vladimir Putin qualificou de rebelião a ação do grupo Wagner, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russoFoto: Kremlin.ru/Handout/REUTERS

No Twitter, o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Oleksi Danilov, afirmou que a tentativa de motim reflete o início do "desmantelamento do sistema" de Putin.

A rebelião foi a "ponta do icebergue de um processo de desestabilização", disse Danilovo, segundo a qual se formou um "grupo de descontentes".

Segundo Danilov, a única opção que Putin tem para "se salvar" é a "liquidação física" dos mercenários do grupo Wagner, uma punição exemplar para Yevgeny Prigozhin e implementação da lei marcial. 

Retirada

Após negociações com Presidente da Bielorrússia, o chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu, ao final do dia de sábado, as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

Já este domingo, as autoridades locais confirmaram que os combatentes do grupo Wagner deixaram as regiões russas.

"As unidades do grupo paramilitar Wagner, que ontem [sábado] pararam na região de Lipetsk, deixaram o território", disse a assessoria de imprensa das autoridades regionais ao Telegram.

Também Alexander Gusev, governador da região russa de Voronezh, palco da marcha abortada a caminho de Moscovo, anunciou que "as unidades do grupo paramilitar Wagner estão a concluir a sua retirada do território da região de Voronezh" e garantiu que tudo está a correr "normalmente, sem incidentes". 

Reparação de danos

Entretanto a agência noticiosa russa Interfax noticiou que as autoridades de Rostov, Voronezh e Lipetsk  estão já a concluir a bom ritmo os trabalhos de reparação dos danos.

Russland | Wagner-Söldner ziehen sich aus Rostow am Don zurück
Foto: Alexander Ermochenko/REUTERS

De acordo com o chefe da administração da cidade de Rostov, Alexei Logvinenko, cerca de 10 quilómetros quadrados de estradas ficaram danificados com a passagem do comboio do grupo Wagner, em especial dos tanques, sobretudo ao longo da avenida principal de Budyonnovsky.

Na região de Voronezh, as restrições em vigor serão levantas nas próximas horas. Em Lipetsk, as estradas já voltaram a abrir, embora sejam necessários grandes trabalhos de asfaltagem, "que começarão na próxima segunda-feira", diz a administração local à Interfax.