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Triunfo da FRELIMO nas autárquicas manchado por avanço do MDM

Issufo, Nádia22 de novembro de 2013

A FRELIMO somou mais uma vitória eleitoral ao seu currículo sem derrotas, mas o triunfo foi manchado pelos surpreendentes resultados do MDM em Maputo e Matola, além das esperadas conquistas da Beira e Quelimane.

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Quando ainda só há resultados provisórios, a FRELIMO, no poder, poderá conquistar 50 municípios, dos 53 em jogo, perdendo os da Beira e Quelimane para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que já os governava.

A eleição para a importante cidade de Nampula foi adiada para 01 de dezembro, devido a um erro nos boletins de voto.

Erros na contagem, pedido de desculpas

A contagem de votos segue com algumas falhas. Por exemplo, até agora não há divulgação sobre a eleição na cidade da Beira, bastião do MDM. E pelos dados já divulgados percebe-se que, embora a FRELIMO tenha ganho na maioria dos 53 municípios, a oposição ganhou mais força nos redutos do partido governamental.

Na sua página do Facebook, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) pediu desculpas pela troca de resultados apresentada na sua página online. Por causa disso, o órgão eleitoral decidiu suspender a página por considerar que ela foi invadida. Assim, os resultados provórios das eleições continuam a ser divulgados através da sua página no Facebook.

MDM soma pontos inesperados

Além da habitual vitória, com mais de 80% dos votos, nos seis municípios de Gaza, província de onde são originários os seus históricos
dirigentes, a FRELIMO viu o MDM avançar em eleitorados inesperados, como os de Maputo e da Matola, habituais bastiões do partido.

A destacar nesta contagem o facto de não terem sido divulgados resultados na Beira, a segunda maior cidade do país, gerida pelo MDM. Mas o líder da bancada parlamentar do MDM, Lutero Simango, garante vitória em casa.

"Internamente, já fizemos a contagem paralela na cidade da Beira e em Quelimane e somos vencedores", afirma, garantindo que "o MDM vai governar a cidade da Beira e terá uma maioria na Assembleia Municipal, assim como em Quelimane". "Não estamos preocupados. Em relação à cidade de Maputo, ainda estamos a efetuar a nossa contagem e estamos convictos de que seremos vencedores", conclui.

Na capital moçambicana, o MDM tem 39,78% dos votos, quando estão contadas cerca de metade das 861 mesas de voto, e na cidade satélite da Matola o candidato da oposição leva 43,33% dos votos, com 72% das mesas de voto escrutinadas. No geral, na província de Maputo, a FRELIMO lidera a contagem, embora nalguns lugares com pequenas diferenças em relação ao MDM. Por exemplo, na cidade da Matola, a FRELIMO tem 51% e o MDM 46,8%.

Noutras votações, o MDM perde por margens mínimas, como em Milange, Gúrue, Mocuba e Alto Mulocoé, municípios da Zambézia, bem como na Gorongosa, província de Sofala, e em Chimoio, capital de Manica.

Um morto em Quelimane

Na província da Zambézia a FRELIMO vence em muitos municípios, mas por pouca diferença em relação ao MDM. No Gurué, a diferença foi de 25 pontos. Em Quelimane, o outro município gerido pelo MDM, Manuel de Araújo voltará a dirigir e até já celebrou vitória ao lado do seu eleitorado. Nesta localidade, no entanto, a polícia de intervenção rápida foi muito severa, tendo agredido apoiantes da segunda maior força da oposição. Nesta quinta-feira (21.11), um jovem foi morto quando celebrava os resultados do MDM. Sobre o sucedido, Lutero Simango diz que "a ação contra os apoiantes do MDM não é uma história de agora, sempre foi assim, desde a criação do partido".

"Os nossos membros e simpatizantes saíram à rua para celebrar a vitória na cidade de Quelimane, era uma celebração de alegria e, em troca, a polícia tentou a todo o custo impedir o progresso desta marcha ao longo da avenida onde se situa a residência do governador da província. Os nossos membro não estavam a dirigir-se para a casa do governador, mas sim a marchar na avenida mais populosa para agradecer aos eleitores", explica.

A CNE tem um prazo de 15 dias para divulgar os resultados finais do escrutínio, a contar da data da realização do pleito, ao abrigo da legislação eleitoral moçambicana. Até lá, os resultados oficiais só podem ser acompanhados pela rede social Facebook.