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Moçambicanos doam parte do salário às vítimas do Idai

28 de março de 2019

Executivo provincial de Cabo Delgado lança campanha para coletar donativos para apoiar as vítimas do ciclone Idai, mas também dos ataques armados. Os apoios continuam a chegar de todos os cantos do país.

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Mosambik | MSN in Buzi
Vila de Buzi após passagem do ciclone (centro de Moçambique)Foto: MSF/Pablo Garrigos

O ciclone Idai já foi classificado como o maior desastre humanitário vivido em Moçambique: famílias e instituições públicas e privadas perderam praticamente tudo. Os apelos do Governo à solidariedade crescem a cada dia que passa. E os apoios chegam de todo o lado.

É assim que cerca  de 12 toneladas de ajuda humanitária saíram esta quinta-feira (28.03) da cidade de Pemba, capital da província moçambicana de Cabo Delgado, para as zonas afetadas pelo mau tempo no centro do país.

Alimentos, vestuário, produtos de limpeza e de higiene e outros bens foram doados por moradores, funcionários públicos, empresários e organizações humanitárias e religiosas. Esta foi a resposta de Pemba ao apelo de solidariedade lançado pelo governador de Cabo Delgado, Júlio José Parruque."É uma catástrofe humanitária e precisamos de agir. Todos nós partilharmos o pouco que temos é assim que iremos ajudar os nossos irmãos a ultrapassarem este grande sofrimento e no fim de tudo, o nosso ganho será o prazer de termos contribuído de alguma forma", exortou Júlio Parruque. 

Solidariedade em Cabo Delgado: moçambicanos doam parte do seu salário às vítimas do ciclone

Um dia de salário para apoiar as vítimas

Membros do governo provincial e dos distritos de Cabo Delgado doaram um dia do seu salário mensal para apoiar as vítimas dos estragos causados pelo ciclone tropical Idai. E no Conselho Autárquico de Pemba, o elenco do edil Florete Simba Motarua também disse que vai doar um por cento dos ordenados, para além de outras contribuições. 

Mais donativos poderão seguir para o centro do país nos próximos dias. Voluntários da Cruz Vermelha de Moçambique em Cabo Delgado estão no terreno a realizar peditórios, conta o secretário provincial da organização humanitária, José Tomás.

"Neste primeiro lote ainda é cedo para adiantar os bens que recebemos. Há muitas promessas e não podemos parar de satisfazer a vontade das pessoas. Portanto, temos de ir até lá recolher esses bens e trazer para aqui."

Apoio às populações vítimas dos ataques

Florete Simba Mutarua
Florete Simba MutaruaFoto: DW/D. Anacleto

Para além das vítimas do ciclone tropical, os bens angariados em Cabo Delgado destinam-se também a apoiar as populações vítimas dos ataques de insurgentes na província, disse António Mapure, secretário permanente provincial, na cerimónia que marcou a remessa do primeiro lote de ajuda.

"Eu quero, em nome do governo agradecer e saudar esse gesto e também ao mesmo tempo exortar para continuarmos estes gesto de irmandade, não só para as vítimas do ciclone Idai, na região centro do país, mas também para as nossas comunidades de Cabo Delgado, como sabemos, têm sido alvo de ações de malfeitores".

Pelo menos 150 pessoas já foram mortas

Desde 2017, os grupos armados já mataram pelo menos 150 pessoas. Os ataques mais recentes contra povoações e transportes coletivos aconteceram na última semana em vários distritos.

Nos armazéns do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), em Cabo Delgado, ainda existem mais de 25 toneladas de diversos produtos, como explicou à DW África Elizete Manuel, delegada do INGC na província.

"Estamos em negociação de mais um camião para poder rapidamente fazer a evacuação. Gostaríamos que fosse dentro de dois ou três dias para retirarmos imediatamente estes bens. Isto foi recolhido exatamente para as nossas comunidades."

 

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