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"Exonerações estão relacionadas com exigências do FMI"

Lusa
22 de outubro de 2022

Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirma que demissão de todos os seus conselheiros e assessores é também uma exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Guinea-Bissau Umaro Sissoco Embaló in Ruanda
Foto: Pressebüro der Präsidentschaft der Republik Guinea-Bissau/Jakadi

Segundo afirmou o Presidente guineense Umaro Sissoco Embaló, "esta exoneração regulamenta os assessores e conselheiros dos órgãos de soberania, mas também tem a ver com exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI)".

O Presidente guineense falava à imprensa esta sexta-feira (21.10), no final de uma declaração conjunta com o seu homólogo cabo-verdiano, José Maria Neves, que iniciou ontem uma visita oficial de três dias a Bissau, quando questionado sobre o decreto que demite todos os seus conselheiros e assessores.

"Só na Guiné-Bissau é que os conselheiros do primeiro-ministro, do Presidente da República, do presidente da Assembleia e do Supremo Tribunal de Justiça são equiparados a ministros, recebem o mesmo salário", disse o Presidente.

"O FMI tem regras"

"O FMI entendeu que nós temos cinco governos. Temos o próprio Governo, depois outro na Presidência, outro na primatura (gabinete do primeiro-ministro), outro na assembleia e outro no supremo e o FMI tem regras", disse, salientando que o número de assessores e conselheiros que se pode ter está regulamentado.

Umaro Sissoco Embaló afirmou também que um excesso de conselheiros e assessores era uma tradição de muitos chefes de Estado, mas "que não é possível, porque há exigências que têm de ser cumpridas".

Novo programa do FMI para a Guiné-Bissau dever ser debatido em novembro
Novo programa do FMI para a Guiné-Bissau deverá ser debatido em novembroFoto: Yuri Gripas/REUTERS

"É preciso regulamentar de uma vez. Tomei hoje a decisão e tinha de começar por mim próprio. Vou recrutar novos conselheiros que sejam úteis para o trabalho do dia-a-dia do Presidente da República", afirmou.

"Pedir a demissão do Governo é papel da oposição"

Ontem, ao final da mesma declaração conjunta com o seu homólogo cabo-verdiano, ao ser questionado pelos jornalistas sobre a exigência de demissão do Governo feita pelo Espaço de Concertação dos Partidos Políticos, o líder guineense disse que é papel dos partidos da oposição pedir a demissão do Governo. "Isso é o seu papel. São os partidos da oposição", afirmou o chefe de Estado.

Neta sexta-feira, o Espaço de Concertação dos Partidos Democráticos da Guiné-Bissau exigiu a demissão do Governo guineense por "incapacidade" e "incompetência" para organizar eleições legislativas. Em conferência de imprensa, os partidos exigiram também a formação de um novo Governo com mandato "limitado exclusivamente" para organizar as eleições legislativas.

Legislativas 

O Presidente guineense dissolveu a Assembleia Nacional Popular em maio e marcou legislativas antecipadas para 18 de dezembro. Na semana passada, após uma reunião com os partidos políticos, o Governo admitiu o adiamento das mesmas devido a dificuldades de organização.

O Governo propôs na segunda-feira a data de 23 de abril para a realização das legislativas aos partidos políticos. "Estou a aguardar a proposta do Governo para ouvir os partidos políticos", salientou também o chefe de Estado guineense.

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