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Sissoco Embaló diz que não teme manifestações de opositores

Lusa
14 de agosto de 2024

Presidente guineense avisa os opositores que não tem medo de manifestações. Umaro Sissoco Embaló reagiu às declarações proferidas em Lisboa por líderes de plataformas políticas que o criticaram por violar a Constituição.

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Umaro Sissoso Embaló, Presidente da República da Guiné-Bissau
Foto: Michel Euler/AP/picture alliance

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, afirmou hoje que não teme manifestações de opositores, recentemente anunciadas em Lisboa por líderes de duas plataformas políticas. O chefe de Estado guineense avisou, no entanto, que há regras que devem ser observadas por todos.

Embaló falava no ato de entrega de equipamentos sanitários ao Ministério da Saúde Pública, ocasião que aproveitou para comentar os últimos desenvolvimentos políticos no país e em Portugal, por parte dos seus opositores.

Na segunda-feira, em Lisboa, duas plataformas políticas guineenses que representam cerca de 95% dos deputados no Parlamento, assinaram um acordo no âmbito do qual prometem convocar "manifestações populares" na Guiné-Bissau para resistir "à contínua violação da Constituição pelo Presidente".

O acordo foi assinado por Domingos Simões Pereira, líder da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), e Nuno Nabiam, coordenador-geral do Fórum para a Salvação da Democracia, que engloba o Partido da Renovação Social (PRS), Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) e Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Protesto em Lisboa contra a "ditadura" de Sissoco Embaló, abril de 2024
Lisboa, capital portuguesa, é um dos locais onde os cidadãos guineenses protestam em liberdadeFoto: João Carlos/DW

Direito à manifestação com regras

Em reação, Sissoco Embaló afirmou: "Que venham. Que saiam do aeroporto para o centro da cidade. Se precisarem mesmo, mando oferecer-lhes água. Vocês conhecem essa gente". O chefe de Estado guineense fez alusão, em particular, a Domingos Simões Pereira. "[Ele] não marchou aqui durante cinco anos quando o Presidente Jomav [José Mário Vaz] estava na Presidência", lembrou.

Umaro Sissoco Embaló sublinhou, por outro lado, que a manifestação é admitida no país, mas lembrou que há regras que devem ser respeitadas. "Não há regras sem exceção", defendeu Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente guineense aproveitou a ocasião para responder ao líder do MADEM-G15, Braima Camará, que o acusou de estar a apoiar dirigentes no partido que querem realizar um congresso extraordinário, no sábado (17.08), contra a sua vontade. Sissoco afirmou que Camará "pisou a linha vermelha" ao levar o MADEM a assinar um acordo político com o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que lidera a coligação PAI -Terra Ranka.

"Sentar na mesma mesa com o Domingos [Simões Pereira] a falar mal de altos dirigentes e fundadores do MADEM é lamentável e inaceitável", exclamou. "Não se trata de inimigos, mas ver os dirigentes do PAIGC na sede do MADEM ou vice-versa, só se formos lá apresentar condolências um ao outro", ironizou. "Mas até assinar acordos é a linha vermelha", declarou Sissoco Embaló.

O Presidente guineense reivindica ser membro fundador do MADEM, estatuto que o coordenador do partido, Braima Camará não admite.

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