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Embaló adverte Conacri para "pesadas sanções" da CEDEAO

Lusa
21 de setembro de 2022

Presidente em exercício da CEDEAO e chefe de Estado da Guiné-Bissau advertiu a junta militar no poder na Guiné-Conacri de que poderá enfrentar "pesadas sanções" se insistir em permanecer no poder por mais três anos.

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Umaro Sissoco Embaló Foto: Pressebüro der Präsidentschaft der Republik Guinea-Bissau/Jakadi

O presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, falava em entrevista à RFI e à France24.

"Isso é inaceitável para a CEDEAO. Inaceitável e inegociável", afirmou o dirigente guineense, na véspera de uma cimeira da organização à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

A cimeira deverá examinar a resposta a dar ao plano dos militares de Conacri de se manterem no poder durante três anos, antes de cederem o poder a civis eleitos.

"Estive na Guiné-Conacri. Discutimos. Chegamos a um consenso [segundo o qual] não podemos ultrapassar 24 meses", reafirmou Embaló. 

Segundo o Presidente da Guiné-Bissau, país que faz fronteira com a Guiné-Conacri, se a junta militar mantiver os três anos haverá sanções, "pesadas mesmo".

A CEDEAO impôs em janeiro um severo embargo comercial e financeiro ao Mali devido ao plano dos militares de ficarem no poder durante até cinco anos suplementares.

A junta dirigida pelo coronel Assimi Goïta comprometeu-se depois a organizar eleições em fevereiro de 2024, pelo que a CEDEAO levantou o embargo.

Mas o Mali e a Guiné-Conacri continuam suspensos dos órgãos da CEDEAO.

Mamady Doumbouya
Coronel Mamady DoumbouyFoto: Xinhua/imago images

Guiné-Conacri e Mali unidos

Entretanto, o líder da junta militar no poder na Guiné-Conacri, o coronel Mamady Doumbouya, chegou hoje ao Mali para uma visita ao seu homólogo, o coronel Assimi Goita. Esta é a sua primeira visita a um país estrangeiro

A junta da Guiné-Conacri solidarizou-se com o Mali e manteve as fronteiras abertas quando a CEDEAO impôs um severo embargo comercial e financeiro ao Mali, em janeiro, para sancionar o plano da junta de permanecer no poder mais cinco anos.

O dirigente da Guiné-Conacri aterrou a bordo de um avião disponibilizado pelas autoridades malianas que o foi buscar ao seu país, segundo imagens divulgadas nas redes sociais.

Um documento enviado pela diplomacia maliana às suas missões diplomáticas, citado pela agência noticiosa francesa France-Presse, refere uma "visita de amizade e trabalho" entre hoje – dia da realização da cimeira extraordinária da CEDEAO, à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova Iorque e data em que o Mali comemora o 62.º aniversário da independência – e quinta-feira (22.09).

Desde 2020, que a região da CEDEAO tem assistido a uma onda de golpes de Estado, nomeadamente no Mali, Guiné-Conacri e Burquina Faso e alarmada com o risco de contágio a outros países da região tem multiplicado as mediações e pressões para o regresso do poder aos civis naqueles países.

Soldados detidos no Mali

O destino de 46 soldados da Costa do Marfim detidos em meados de julho no Mali também será analisado na cimeira da CEDEAO em Nova Iorque.

A junta militar no poder no Mali descreve os soldados como "mercenários", enquanto a Costa do Marfim garante que estavam em missão para a ONU e denuncia uma "tomada de reféns".

Umaro Sissoco Embaló disse que os soldados não são mercenários, relembrando as afirmações do secretário-geral da ONU, António Guterres, que disse que deveriam ser libertados.

Militares estrangeiros no Mali: Adeus França, olá Rússia?