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DesastresSíria

Sismo: Mais de 5,3 milhões de desalojados na Síria

Lusa
10 de fevereiro de 2023

Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) estima que mais 5,3 milhões de pessoas estejam desalojadas após o sismo de segunda-feira. Governo autoriza o acesso da ajuda em zonas controladas por rebeldes.

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Foto: Aaref Watad/AFP

Mais de 5,3 milhões de pessoas poderão ter ficado sem casa na Síria devido aos sismos de segunda-feira, alertou esta sexta-feira (10.02) o representante local do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Sivanka Dhanapala.

"Para a Síria, isto é uma crise dentro de uma crise. Tivemos choques económicos, [pandemia de] covid-19 e estamos agora nas profundezas do inverno, com nevões a assolar as áreas afetadas", disse Dhanapala, citado num comunicado do ACNUR.

"Trata-se de um número enorme e chega a uma população que já sofre deslocações em massa", afirmou, referindo-se à guerra civil na Síria iniciada em 2011.

O nordeste da Síria foi atingido pelos sismos de magnitude 7,8 e 7,5 registados na vizinha Turquia na segunda-feira, que causaram mais de 21 mil mortos nos dois países.

Syrien | Erdbeben
Sobreviventes do sismo em Aleppo tentam proteger-se do frio de forma improvisada na ruaFoto: Firas Makdesi/REUTERS

Com 3.377 mortos já confirmados, a ajuda às populações na Síria tem sido afetada pela guerra civil, com algumas zonas do país sob controlo de forças que combatem o Governo de Damasco, incluindo o noroeste.

A guerra civil já tinha provocado 6,8 milhões de deslocados internos antes dos sismos.

Entrega de ajuda em zonas rebeldes

O Presidente sírio, Bashar al-Assad, que tem o apoio da Rússia e do Irão na guerra civil, apareceu hoje em público pela primeira vez desde os sismos, ao visitar um hospital em Aleppo, uma das zonas mais destruídas pelo conflito e agora pelos terramotos.

Algumas horas depois, o regime de Al-Assad anunciou que aceitará a entrega de ajuda internacional nas zonas afetadas controladas por rebeldes, com supervisão da Cruz Vermelha Internacional e do Crescente Vermelho Sírio, e com a ajuda da ONU.

O anúncio seguiu-se também a um apelo para um cessar-fogo imediato feito pelo Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, para facilitar a ajuda às vítimas dos terramotos.

Für Artikel: DW Middle East - Assad nutzt Erdbeben politisch aus
Busca por sobreviventes nos escombros na vila de BesnayaFoto: OMAR HAJ KADOUR/AFP/Getty Images

No ponto de situação que fez a partir de Damasco durante uma conferência de imprensa da ONU em Genebra, o representante do ACNUR na Síria disse também esperar que "um acordo com o Governo permita o acesso rápido e regular" às áreas do noroeste do país.

"O acesso tem sido muito dificultado pelos danos", contou também Sivanka Dhanapala.

O representante do ACNUR referiu que os chamados "fornecimentos transversais", de áreas governamentais para o noroeste do país, já tinham ocorrido antes dos sismos para serem distribuídos a partir de armazéns.

Disse que o ACNUR tem vindo a apressar a chegada de ajuda às zonas mais afetadas para assegurar que os centros de acolhimento "disponham de instalações adequadas" e artigos indispensáveis, incluindo tendas, cobertores térmicos e vestuário de inverno.

"Temos vindo a distribuí-los desde o primeiro dia, e ontem à noite [quinta-feira] distribuímos 9.440 'kits'", referiu.

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Sobreviventes acampam em tendas na vila de Azmarin, na SíriaFoto: OMAR HAJ KADOUR/AFP/Getty Images

Idosos, pessoas com deficiência e crianças entre os afetados

Entre os afetados pelos sismos, Dhanapala destacou "os idosos, as pessoas com deficiência e as crianças". "Há algumas crianças que foram separadas dos seus pais", disse.

Dhanapala contou que a segurança dos edifícios é de tal forma dramática que alguns dos funcionários do ACNUR têm dormido fora das suas casas por estarem preocupados com os danos estruturais procurados pelos sismos. "Isto é apenas um microcosmo do que está a acontecer em todas as áreas afetadas", notou.

"Tudo isto, é claro, tem impacto no acesso à ajuda. As estradas foram danificadas e isso dificulta-nos a tentativa de chegar às pessoas. Tem sido muito, muito difícil", reconheceu.

 

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