Senegal: Opositores libertados a dez dias das presidenciais
15 de março de 2024El Malick Ndiaye, porta-voz do partido Patriotas do Senegal, dissolvido pelas autoridades no ano passado, disse na rede social X que ambos os dirigentes tinham saído da prisão de Cap Manuel, na capital, Dakar.
"Eles saíram à nossa frente", confirmou também à agência AFP um dos seus advogados, Cheikh Koureyssi Ba.
Uma multidão saiu à rua para festejar a notícia da libertação. Automóveis e pessoas a agitar bandeiras senegalesas eram visíveis na estrada de acesso à prisão, noticiou a AFP. "Nós amamos Sonko", cantavam os seus apoiantes.
Outra multidão juntou-se perto da casa de Ousmane Sonko, noutro bairro da capital, Dakar, a alguns quilómetros de distância.
Mais tarde, Bassirou Diomaye Faye agradeceu "o apoio e a solidariedade" e anunciou a realização de uma conferência de imprensa esta sexta-feira (15.03).
Amnistia
Principal protagonista de um braço de ferro com o governo desde 2021, Ousmane Sonko estava detido desde julho, acusado de "apelos à insurreição e conspiração" contra o Estado, o que o obrigou a retirar-se da campanha presidencial.
Diomaye Faye foi apresentado como "plano B", apesar de também estar detido desde abril de 2023, acusado de desacato ao tribunal, difamação e atos suscetíveis de comprometer a paz pública, após ter criticado os juízes que condenaram Sonko.
A candidatura de Faye foi uma das 19 selecionadas para o escrutínio de 24 de março. Os senegaleses deveriam ter ido às urnas em 25 de fevereiro, mas em 3 de fevereiro, mesmo antes do início da campanha, o Presidente Macky Sall adiou a votação por 10 meses.
O chefe de Estado promulgou em 6 de março a lei de amnistia aos detidos por atos políticos ocorridos desde 2021 e 2024, em plena crise política.
A decisão originou manifestações que fizeram quatro mortos e um confronto entre o chefe de Estado, a Assembleia Nacional e o Conselho Constitucional. Macky Sall acabou por recuar e marcar as eleições para 24 de março.