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Manica: Seguranças violam menores de infantário

Bernardo Jequete (Chimoio)
24 de agosto de 2021

Dois seguranças de uma empresa privada foram detidos na província de Manica, acusados de violar sexualmente quatro raparigas do Infantário Provincial. A Polícia promete responsabilização dos criminosos.

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Mosambik Manica | Drei Teenager sexuell vergewaltigt
Foto: Bernardo Chicotimba/DW

São dois homens com 23 e 26 anos de idade, detidos por terem abusado sexualmente de três adolescentes de 15, 16 e 17 anos e uma jovem de 19 anos nas dependências do Infantário Provincial – uma instituição de caridade em Manica.

Segundo as vítimas, para além de se dedicarem ao cumprimento da sua missão que tem que ver com a ordem, segurança e tranquilidade naquele recinto que alberga pouco mais de 60 crianças órfãs e vulneráveis, os suspeitos passavam o resto do tempo a assediar as raparigas.

De acordo com as declarações das jovens à polícia, os indiciados, para lograrem os seus intentos, aliciavam as meninas do infantário com dinheiro, telemóveis, jóias, relógios, cosméticos e outros produtos.

Relato das vítimas

Segundo explicou uma das jovens, os abusos começaram a 6 de abril deste ano, quando recebeu um convite do suspeito de 23 anos. O segurança queria que ela fosse a sua casa para receber um presente por ocasião do 7 de abril, Dia da Mulher Moçambicana.

Mosambik Manica | Drei Teenager sexuell vergewaltigt
Os violadores sexuais das menores Foto: Bernardo Chicotimba/DW

"Ele disse-me que vamos para minha casa e lá não iria acontecer nada de mal. Eu saí de casa mentido que ia à escola. Quando chegámos a casa dele, dirigiu-se ao seu quarto e tirou uma caixinha contendo um relógio e colar que me ofereceu. Eu tinha medo de contar aos responsáveis do infantário e às minhas amigas", contou uma das raparigas, de 16 anos de idade.

Outra rapariga de 17 anos de idade confirmou ter sido violada e violentada por um dos seguranças ora detidos. No seu caso, os abusos começaram em junho.

"A primeira vez que dormiu comigo foi na minha casa, segunda e terceira foi na casa dele. Na primeira vez, prometeu-me morte assim que eu revelasse o caso. Na segunda vez, estive na escola, encontrei-me com ele na rua de táxi-mota e levou-me para o quarto e dormiu comigo eu tinha que calar de novo", contou a vítima.

Violadores negam as acusações

O jovem de 26 anos nega as acusações e afirma que a jovem de 17 anos era sua namorada.

"A moça está para completar 18 anos de idade, é a única que eu conquistei no Infantário, mas em nenhum momento juntei-me com ela ou a violei sexualmente", disse o indiciado.

Mosambik Manica | Coronavirus | Mateus Mindú
Mateus Mindú, porta-voz da PRMFoto: DW/J. B. Chimoio

Já o jovem de 23 anos, que também nega os abusos sexuais, diz que apenas oferecia presentes às raparigas do Infantário.

"Eu não violei a menina, apenas lhe ofereci-lhe um telemóvel. Foi somente uma vez que eu conversei com ela, no dia 7 de abril", defendeu-se. 

A promessa da Polícia

Mateus Avelino Mindú, porta-voz da PRM em Manica, diz que pesa sobre os homens não somente a acusação de abuso sexual, mas também de tortura psicológica.  

"Importa referir que não apenas mantiveram a cópula com as menores como [elas] também sofreram torturas física e psicológica. Já foram arrolados todos os factos na peça de expediente que será remetida ao Ministério Público para que sejam responsabilizados de forma exemplar com vista a desencorajar este tipo de prática", prometeu Mindú.

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