Rússia: Grupo Wagner aproxima-se de Moscovo
24 de junho de 2023O presidente da Câmara de Moscovo assumiu, este sábado (24.06), que a situação é "difícil" na capital russa, para onde se encaminham as forças rebeldes do grupo paramilitar Wagner, e decretou feriado na segunda-feira para limitar as deslocações da população.
"Para minimizar os riscos (...), decidi decretar a segunda-feira um dia de folga", exceto para certas atividades e serviços municipais, acrescentou o presidente da câmara, Sergei Sobyanin.
O autarca apelou aos moscovitas para que "limitem ao máximo" as suas deslocações na cidade, e avisou que o trânsito pode ser "bloqueado" em certas estradas e em alguns bairros.
O Presidente da Câmara de Moscovo pediu aos habitantes da cidade que se abstenham de utilizar os seus automóveis no âmbito da "operação antiterrorista" na capital russa e na região circundante, onde as autoridades estão a agir no âmbito do reforço da segurança contra a rebelião de mercenários do grupo paramilitar.
Segunda-feira será feriado em Moscovo para a maioria das pessoas, com exceção dos funcionários públicos e dos empregados de algumas empresas industriais, segundo Sobyanin, que determinou estado de alerta máximo para todos os serviços essenciais da cidade e aconselhou os residentes a comunicarem quaisquer emergências.
O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, reivindicou hoje a ocupação de Rostov, cidade-chave no sul da Rússia para guerra na Ucrânia, e apelou a uma rebelião contra o comando militar russo, que acusou de atacar os seus combatentes.
Wagner está na região de Lipetsk
O governador da província de Lipetsk russa afirmou que as colunas do grupo Wagner entraram na região, a 340 quilómetros de Moscovo.
"O equipamento (de guerra) do grupo Wagner está a avançar no território da região de Lipetsk", disse o governador local, Igor Artamonov, no canal Telegram.
De acordo com o político, as autoridades locais "estão a tomar todas as medidas necessárias para garantir a segurança da população".
Putin aprova sanções para a lei marcial
O Presidente russo, Vladimir Putin, aprovou novas sanções para as violações da lei marcial, que podem ir até 30 dias de prisão e multas.
No entanto, a nova lei não enumera violações específicas, como o abuso do recolher obrigatório ou a recusa de trabalhar.
Oficialmente, a lei marcial ainda não foi imposta em Moscovo, mas está em vigor nas zonas da Ucrânia ocupadas pela Rússia, como Kherson, Donetsk, Luhansk e Zaporijia.
Entretanto, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia advertiu o Ocidente contra qualquer tentativa de aproveitar a rebelião para "atingir objetivos russofóbicos", assegurando que irá "alcançar os seus objetivos" na invasão da Ucrânia.
"Avisamos os países ocidentais contra [...] tirar proveito da situação interna na Rússia para atingir os seus objetivos 'russofóbicos'. Seria inútil", adiantou a diplomacia russa em comunicado.
Também em comunicado, a Casa Branca fez saber que o Presidente dos EUA, Joe Biden, já conversou sobre a situação na Rússia com o chanceler alemão Olaf Scholz, o Presidente francês Emmanuel Macron e o Primeiro-Ministro britânico Rishi Sunak. Os parceiros reafirmaram o seu "apoio inabalável" à Ucrânia, diz o Governo dos EUA.