Moçambique: Recapturados 322 reclusos evadidos em Maputo
2 de janeiro de 2025Os reclusos fugiram dos estabelecimentos Penitenciário Especial da Máxima Segurança e Provincial de Maputo, localizados a mais de 14 quilómetros do centro da capital moçambicana, cerca das 13:00 locais do dia 25 de dezembro e foram recapturados em resultados de operações conjuntas entre o Sernap e as Forças de Defesa e Segurança, refere-se numa nota oficial a que a Lusa teve hoje acesso.
"Os reclusos evadidos estavam a cumprir penas por crimes diversos, incluindo ações conexas ao terrorismo, homicídio, roubo, tráfico de drogas e outros delitos graves e as sentenças variam de cinco e 25 anos de prisão.
Entre os fugitivos encontram-se indivíduos de alta perigosidade", lê-se ainda na nota do Sernap, na qual também constam informações e imagens dos reclusos.
"O Sernap apela para colaboração da população, fornecendo qualquer informação que possa ajudar na recaptura dos reclusos", acrescenta-se no documento.
No mesmo dia em que foram registadas as rebeliões, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, considerou que se tratou de uma ação "premeditada" e da responsabilidade de manifestantes pós-eleitorais que, desde outubro, estão na rua protestando contra os resultados das eleições gerais.
"Fazendo barulho, nas suas manifestações, exigindo que pudessem retirar os presos que ali se encontram a cumprir as suas penas", descreveu Bernardino Rafael, explicando que esta ação provocou "agitação" no interior da cadeia, o que levou ao desabamento de um muro, propiciando a fuga, apesar da "confrontação imediata" com os guardas prisionais.
Segundo dados das autoridades, pelo menos 33 pessoas morreram em resultado da confrontação entre os guardas e os reclusos.
No mesmo dia, prosseguiram as autoridades, rebeliões similares também foram registadas na Cadeia de Manhiça, norte da província de Maputo, em que os manifestantes libertaram os presos, e na Cadeia de Mabalane, onde houve uma tentativa de fuga.