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Putin garante que Rússia alcançará objetivos na Ucrânia

DW (Deutsche Welle) | com agências
21 de fevereiro de 2023

Num discurso em Moscovo que antecede o aniversário de um ano da invasão russa da Ucrânia, o Presidente Vladimir Putin garantiu que Moscovo alcançará os seus objetivos "passo a passo". E culpou o Ocidente pela guerra.

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Putins jährliche Ansprache vor der Bundesversammlung in Moskau
Foto: Sergei Karpukhin/TASS/IMAGO

"Para garantir a segurança do nosso país, para eliminar a ameaça representada pelo regime neonazi que surgiu na Ucrânia após o golpe de 2014, foi decidido realizar uma operação militar especial", disse Vladimir Putin em Moscovo, a três dias de ser assinalado o primeiro aniversário da ofensiva militar russa na Ucrânia, iniciada na madrugada de 24 de fevereiro de 2022.

O dia escolhido para o discurso, o primeiro sobre o Estado da Nação que fez em quase dois anos, coincide com a data em que Vladimir Putin assinou o reconhecimento da independência das repúblicas separatistas de Lugansk e de Donetsk, na região do Donbass, no leste ucraniano.

O Kremlin não autorizou meios de comunicação social de países considerados como "inimigos" a obter acreditação para fazer a cobertura mediática do discurso.

As forças russas têm lutado para ganhar vantagem no conflito desde que invadiram o país há um ano. A guerra já matou milhares de pessoas, deslocou milhões e reduziu muitas cidades a escombros.

No seu discurso, Putin acusou o Ocidente de "querer acabar" com a Rússia para sempre
No seu discurso, Putin acusou o Ocidente de "querer acabar" com a Rússia para sempreFoto: Sergei Karpukhin/TASS/IMAGO

O que disse Putin?

No discurso perante os membros das duas câmaras do parlamento e comandantes militares, Putin expôs as suas últimas considerações sobre a guerra. "Falo-vos num momento difícil e decisivo para o nosso país, num momento de profundas mudanças em todo o mundo", disse.

O líder russo afirmou que a Rússia luta para "libertar" o povo e que os ucranianos "são reféns do seu [próprio] regime".

Putin prometeu prosseguir "sistematicamente" com a ofensiva de Moscovo na Ucrânia: "Passo a passo, com cuidado e consistentemente, alcançaremos os objetivos com que nos deparamos."

O Presidente da Rússia também culpou o Ocidente por ter iniciado o conflito na Ucrânia, dizendo que os países ocidentais, liderados pelos EUA, procuram "poder ilimitado" nos assuntos mundiais.

"A responsabilidade por alimentar o conflito ucraniano, pela sua escalada, pelo número de vítimas cabe completamente às elites ocidentais", disse.

Putin quer libertar Donbass, Zelensky quer a Crimeia

Moscovo "fez tudo o que era possível, verdadeiramente tudo o que era possível, a fim de resolver este problema [na Ucrânia] por meios pacíficos", disse ainda Putin, "mas um cenário completamente diferente estava a ser preparado nas nossas costas", sublinhou.

O Presidente russo também acusou o Ocidente de querer impor à Rússia uma "derrota estratégica" na Ucrânia e acabar com o país "de uma vez por todas".

Porque é que o discurso é importante?

Esperava-se que o discurso de Putin desse o tom para as eleições presidenciais na Rússia, marcadas para pouco mais de um ano. As recentes mudanças constitucionais significam que uma pessoa de 70 anos pode permanecer no poder até 2036.

O discurso chega também numa altura em que a economia russa está sob pressão significativa devido às sanções impostas pela União Europeia (UE) e os seus aliados, que tem levado ao aumento dos preços e a perspetivas sombrias no país.

Este foi o 18º discurso de Putin perante a Assembleia Federal, destinado a delinear o estado e as perspectivas da nação. O seu último discurso foi em abril de 2021, antes da Rússia invadir a Ucrânia. O chefe de Estado não se dirigiu ao parlamento em 2022.

As forças russas sofreram três grandes reviravoltas no campo de batalha desde que a guerra começou, mas ainda controlam cerca de um quinto do território ucraniano.