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Protestos na África do Sul antes da moção de censura a Zuma

Lusa | ms
8 de agosto de 2017

As principais cidades sul-africanas registam distúrbios desde cedo, relacionados com a moção de censura desta terça-feira contra o Presidente Jacob Zuma. Se for aprovada, o chefe de Estado e o Governo deverão demitir-se.

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Manifestantes bloquearam circulação em várias ruas de Joanesburgo
Manifestantes bloquearam circulação em várias ruas de JoanesburgoFoto: picture-alliance/dpa/J. Naue

Em Joanesburgo, um grupo de manifestantes - que a polícia não conseguiu confirmar se defende ou se está contra Jacob Zuma - cortou a circulação em várias ruas, incendiando pneus e colocando pedras na estrada.

Os protestos, que se espalham pela cidade, "parecem coordenados", afirmou a porta-voz da Polícia Metropolitana de Joanesburgo, Edna Mamonyane.

Jacob Zuma enfrenta mais uma moção de censura
Jacob Zuma enfrenta mais uma moção de censura Foto: Getty Images/AFP/R. Jantilal

Na Cidade do Cabo, sede da Assembleia Nacional, onde os deputados sul-africanos se vão pronunciar, por voto secreto, sobre a moção de censura, são esperadas manifestações com mais de 25 mil participantes - em defesa e contra Jacob Zuma.

Na capital da África do Sul, Pretória, é antecipado um cenário idêntico, com as autoridades a advertirem que os protestos vão provavelmente restringir a circulação dos transportes públicos.

Estreia do voto secreto

Esta será a primeira vez que os deputados sul-africanos exercem voto secreto numa moção de censura contra Zuma, que foi já submetido a seis.

Na sessão, que tem início às 14:00 locais, os partidos da oposição vão secundar a moção, restando a dúvida relativamente à posição que vai ser adotada por alguns deputados da formação no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês).

Jacob Zuma, de 74 anos, encontra-se envolvido numa série de escândalos político-financeiros que tornaram públicas divisões dentro do ANC, que está agora preocupado com as consequências eleitorais desta atmosfera nefasta.

Se a moção for aprovada, o Presidente e o Governo deverão demitir-se. Para que a votação seja vinculativa deve obter maioria absoluta, ou seja, os votos de 201 dos 400 deputados do parlamento, onde o ANC tem uma confortável maioria de 249 assentos.