1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Presidente do Haiti assassinado a tiro

Lusa | EFE
7 de julho de 2021

O Presidente do Haiti, Jovenel Moise, foi assassinado esta madrugada na sua casa por um comando formado por elementos estrangeiros, anunciou o primeiro-ministro cessante. A primeira-dama também foi ferida no ataque.

https://p.dw.com/p/3w9v6
Haiti Präsident  Jovenel Moise
Foto: Dieu Nalio Chery/AP Images/picture alliance

A mulher do Presidente foi ferida no ataque e hospitalizada, precisou Claude Joseph, apelando à população para manter a calma e indicando que a polícia e o exército assegurarão a manutenção da ordem.

Joseph condenou o que designou como um "ato odioso, desumano e bárbaro".  "O Presidente foi assassinado em sua casa por estrangeiros que falavam inglês e espanhol. Atacaram a residência do Presidente da República", declarou Claude Joseph. "A situação de segurança está sob controlo", assegurou.

O aeroporto internacional de Porto Príncipe foi fechado após o assassinato, segundo fontes diplomáticas. Vários voos regulares para o aeroporto da capital haitiana foram cancelados ou desviados para terminais noutros países, embora nenhuma autoridade tenha confirmado o encerramento do aeroporto.

A República Dominicana fechou a sua fronteira com o Haiti. O Presidente dominicano, Luis Abinader, ordenou também o reforço da vigilância na área.

Haiti Tropensturmwetter Elsa
O Haiti foi devastadao por um terramoto em 2010 e por um furacão em 2016Foto: Joseph Odelyn/AP Photo/picture alliance

Um país em crise

Vindo do mundo dos negócios, Jovenel Moise, 53 anos, foi eleito Presidente em 2016 e assumiu o cargo a 7 de fevereiro de 2017. O Haiti, a nação mais pobre do continente americano, regista problemas económicos, políticos, sociais e de insegurança, nomeadamente com raptos para a obtenção de resgates realizados por gangues que quase sempre ficam impunes.

O país ainda tenta recuperar do devastador terramoto de 2010 e do furacão Matthew em 2016. A inflação tem aumentado e os alimentos e combustível escasseiam no país das Caraíbas com mais de 11 milhões de habitantes, 60% dos quais ganha menos de dois dólares (1,69 euros) por dia.

A situação levou Moise a ser acusado de inação e a enfrentar uma forte desconfiança de boa parte da sociedade civil. Num contexto que fazia temer a anarquia generalizada, o Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos e a Europa apelaram à realização de eleições legislativas e presidenciais livres e transparentes até ao final de 2021.

Jovenel Moise tinha anunciado na segunda-feira (05.07) a nomeação de um novo primeiro-ministro, Ariel Henry, precisamente com a missão de realizar eleições no país.