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CriminalidadeEquador

Presidente do Equador: "Estamos em estado de guerra"

EFE | DW (Deutsche Welle)
10 de janeiro de 2024

O Presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou esta quarta-feira que o país está em "estado de guerra" após as ações violentas executadas por gangues do crime organizado que o levaram a declarar conflito armado interno.

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Soldados num veículo blindado patrulham o centro histórico de Quito, um dia depois de o Presidente do Equador, Daniel Noboa, ter declarado o estado de emergência
Soldados patrulham o centro histórico de Quito, um dia depois de o Presidente Daniel Noboa ter declarado o estado de emergênciaFoto: Karen Toro/REUTERS

"Estamos em estado de guerra e não podemos ceder a estes terroristas", disse Noboa no seu primeiro discurso público desde o início da atual crise de insegurança, que começou com a fuga da prisão de Adolfo Macías, conhecido como "Fito", líder da gangue criminosa Los Choneros, antes de ser transferido e isolado numa prisão de segurança máxima.

Em entrevista à emissora "Radio Canela", Noboa declarou que as ações violentas dos últimos dias são a resposta de grupos criminosos às ações que a sua administração está a realizar para deter a escalada de insegurança que fez do Equador um dos países mais violentos do mundo.

Depois de o Executivo ter declarado estes bandos como alvos militares, o Presidente considera que estes grupos vão pensar duas vezes antes de realizar ações como a tomada das instalações de uma emissora de televisão, como aconteceu na terça-feira (09.01).

Soldados patrulham as instalações do canal de televisão equatoriano TC depois de homens armados terem invadido o estúdio da TV estatal, a 9 de janeiro, em Guayaquil
Soldados patrulham as instalações do canal de televisão equatoriano TC depois de homens armados terem invadido o estúdio da TV estatal, em GuayaquilFoto: Marcos Pin/AFP/Getty Images

"Não vão subjugar o Presidente"

Na opinião de Noboa, os grupos criminosos querem difundir essas imagens para causar terror e tentar subjugar o Presidente da República, "mas não vão conseguir", assegura.

"Não vamos negociar com os terroristas", reiterou Noboa, salientando que está a ser feito um trabalho para resgatar os guardas prisionais detidos por presos membros destes grupos criminosos em vários presídios do país.

"As Forças Armadas têm de agir contra estes alvos militares", sublinhou. "Estamos a fazer todos os possíveis e o impossível para trazê-los de volta em segurança, mas não podemos impedir uma guerra, porque o Estado está em guerra", destacou.

O Presidente equatoriano também alertou os juízes e procuradores que emitirem resoluções favoráveis ​​aos líderes ou membros de quadrilhas criminosas, ao afirmar que também serão considerados e tratados como terroristas.

Daniel Noboa, Presidente da República do Equador
Daniel Noboa, Presidente do EquadorFoto: Dolores Ochoa/AP Photo/picture alliance

"Quem quer ajudar?"

Quanto à imagem internacional do Equador, Noboa ressaltou que agora não é hora de "dizer que não acontece nada no Equador e que tudo é lindo”.

"Isso seria tentar enganar a comunidade internacional. Agora estamos a dizer-lhes que estamos em estado de guerra. Quem quer ajudar? Vamos resolver o problema, o que tem que ser feito logo, e assim será mais fácil para que venham o investidor e o turista", comentou.

O governante considerou ainda que, se estas medidas não fossem tomadas agora, seria "prolongar a morte, sustentar algo insustentável."

Noboa agradeceu também a ajuda oferecida por países como Estados Unidos, China, Israel, Peru, Argentina e Colômbia, a cujo governo propôs assumir a custódia de cerca de 1.500 presos colombianos que permanecem nas prisões equatorianas, o que lhes permitiria reduzir a superlotação nas prisões.

O Presidente equatoriano decretou na segunda-feira (08.01) de emergência em todo o país devido à ação violenta de grupos do crime organizado, especialmente devido aos motins em seis prisões e à fuga de presos considerados altamente perigosos, entre eles Fito e Fabricio Colón Pico.