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Portugal posiciona-se para defender os interesses na Líbia

31 de agosto de 2011

Portugal há muito que reconheceu o Conselho Nacional da Líbia como a representação legítima daquele país. E os empresários portugueses estão ansiosos por regressar à Líbia.

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A bandeira da revolta já foi içada na Embaixada da Líbia em LisboaFoto: dapd

Há uma semana, na Assembleia Nacional, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, sublinhou que Portugal tomou a posição adequada no conflito líbio ao reconhecer o Conselho Nacional de Transição: “Hoje, a maioria dos países já está a fazer o que Portugal, e outros países, fizeram há umas semanas atrás, ao reconhecer o Conselho nacional de Transição como autoridade legítima provisória, até que uma autoridade seja estabelecida em Tripoli”, disse Portas.

O Governo de Lisboa, que também já solicitou o levantamento dos dinheiros líbios depositados em bancos portugueses, vai estar representado na próxima conferência que junta os Amigos da Líbia, em Paris. Trata-se de uma reunião promovida pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, para reafirmar o seu apoio à transição do poder naquele país de África. Lisboa também preside ao Comité de Sanções à Líbia no âmbito do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Alltag in Libyen Ölindustrie
Rica em petróleo, a Líbia atrai muitos investidores estrangeirosFoto: AP

Empresários portugueses querem regressar

Para Teresa Almeida e Silva, docente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, o reconhecimento do Conselho de Transição é preparatório ao reconhecimento como Governo legítimo, sendo “uma forma de defender os interesses económicos que Portugal tem na Líbia”. Esta investigadora salienta que muitas empresas portuguesas com investimentos na Líbia, que tiveram que retirar os seus colaboradores por causa dos combates, já “manifestaram o desejo de regressar assim que a situação estiver mais estável”.

As empresas lusas, que olham para a Líbia como um mercado estratégico, acompanham a situação e aguardam luz verde para voltarem. Paulo Portas disse na Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros que, neste momento, o mais importante são a reconstrução e a transição pacífica, com o apoio da comunidade internacional, de modo a permitir ao povo líbio realizar as suas aspirações.

Bandeira da Líbia livre hasteada em Lisboa

Portugal Libyen Evakuierung von Ausländern Ankunft Lissabon
Tal como outros estrangeiros que trabalham na Líbia, também os portugueses abandonaram com pesar o país quando estalou a revoltaFoto: AP

O chefe da diplomacia portuguesa, que a partir desta quarta feira (31.08) acompanha o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no seu périplo pela Europa, já recebeu em Lisboa empresários e elementos da sociedade civil líbios. Portas encontrou-se igualmente com Ali Ibrahim Emdored, embaixador líbio, que agora representa o Conselho Nacional de Transição. É de realçar que na representação diplomática em Lisboa, cujo pessoal manifestou a sua rutura com o regime de Kadhafi em junho passado, encontra-se hasteada a nova bandeira da Líbia livre.

Autor: João Carlos (Lisboa)

Edição: Cristina Krippahl / António Rocha

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