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PAIGC denuncia "terrorismo de Estado"

bd | gcs | Lusa
24 de junho de 2020

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denuncia "prisões arbitrárias" e afirma que foi montada uma estratégia para intimidar os seus deputados.

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Foto: DW/B. Darame

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou esta quarta-feira (24.06), numa conferência de imprensa, "atos de detenção arbitrária" contra dois militantes do partido e agentes da polícia destacados para garantir a segurança do ex-primeiro-ministro Aristides Gomes.

"Foram abusivamente presos, sem culpa formada", diz o PAIGC.

O partido acusa ainda a comunidade internacional de assistir "passivamente" às "graves violações dos direitos humanos" e à "instauração do terror e da barbárie contra o Governo democraticamente eleito" do PAIGC, saído das legislativas de março de 2019 e afastado do poder pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló.

Na terça-feira (23.06), as autoridades guineenses libertaram um dirigente do partido, Armando Correia Dias, conhecido como "N'dinho", que fora detido no sábado por alegado porte de armas de guerra. O irmão de "N'dinho", Caló Dias, também foi detido. Em entrevista à DW África, um dos advogados de defesa de "N'dinho" interpretou a libertação do político como uma falta de "convicção" do Ministério Público em relação ao caso, por falta de provas.

A DW África contactou a polícia guineense para obter uma reação às acusações do PAIGC, sem sucesso.

"Caos" na Guiné-Bissau

Durante a conferência de imprensa desta quarta-feira, o PAIGC denunciou ainda que os deputados do partido estão a ser ameaçados para se juntar ao bloco que reclama uma nova maioria parlamentar. O partido disse que, nas redes sociais, circula um vídeo onde três pessoas encapuzadas ameaçam os deputados.

Mas Odete Semedo, vice-presidente do PAIGC, reafirma a confiança nos seus membros: "Nós continuamos a acreditar em cada um dos nossos deputados […]. E hoje nós estamos a laborar para que a Guiné-Bissau saia deste caos e deste terrorismo de Estado."

O Parlamento guineense deverá voltar a reunir na próxima segunda-feira, 29 de junho. Contudo, não está prevista a discussão do programa do Governo do atual primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam.

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