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Os aliados mais devotos de Putin são autocratas

Henry-Laur Allik
21 de junho de 2024

O Presidente russo, Vladimir Putin, parece estar cada vez mais isolado internacionalmente, mas ainda conta com o apoio de algumas nações autocráticas amigas.

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Vladimir Putin chega ao Vietname para uma visita de Estado, junho de 2024
Vladimir Putin chega ao Vietname para uma visita de EstadoFoto: Athit Perawongmetha/REUTERS

Depois de múltiplas sanções ocidentais contra a Rússia e de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Vladimir Putin pela invasão da Ucrânia, os movimentos internacionais do Presidente russo ficaram limitados.

Putin, que conquistou, em março, um quinto mandato como Presidente em eleições que não foram consideradas livres, nem justas, fez cinco visitas internacionais desde então: à Bielorrússia, Uzbequistão, China, Coreia do Norte e Vietname.

Embora o apoio à Rússia no cenário internacional signifique o risco de sanções, Putin ainda pode contar com vários aliados "firmes e fortes". A DW compilou uma lista dos principais aliados da Rússia - aqueles com quem Putin ainda pode contar e de quem pode pedir favores, se necessário. A lista revela o quanto a Rússia está isolada internacionalmente.

China

A China, principal parceiro de comércio da Rússia, anunciou uma parceria "ilimitada" com Moscovo antes da invasão da Ucrânia, em 2022, e tem apostado nisso desde então, apesar do impacto negativo que o apoio pode ter na economia e imagem internacional chinesas.

Além disso, a posição da China em relação à guerra na Ucrânia está longe de ser neutra. Os seus supostos esforços diplomáticos para convencer os países a não participarem da recente cimeira da paz da Ucrânia, na Suíça - para a qual o agressor, a Rússia, não foi convidado - é apenas uma indicação. A ausência da China no evento também foi notada.

Durante o conflito, os chineses têm feito o possível para manter a economia russa a funcionar, além de servirem como Estado intermediário para produtos militares sancionados, necessários para manter a máquina de guerra russa a funcionar.

A China comunista vê a Rússia como um parceiro estratégico para desafiar uma ordem mundial estabelecida pelos EUA e os seus aliados. Putin visitou a China em maio deste ano, e Xi Jinping foi à Rússia no ano passado para impulsionar as relações já calorosas.

Rússia e Coreia do Norte de "mãos dadas"

Coreia do Norte

A Coreia do Norte, sob o comando do líder Kim Jong-un, pode estar isolada do mundo, mas é um dos países que firmou uma aliança com a Rússia de Putin. Assinaram uma parceria de defesa que consolida o que o ditador norte-coreano Kim chamou de "poderosa aliança", com a promessa de defesa mútua caso um dos países seja atacado.

A Rússia precisa de toda a ajuda militar que puder obter, e a Coreia do Norte, altamente militarizada, é um país que fornecerá apoio à Rússia, sem fazer perguntas. Para Kim, qualquer aliado é melhor do que nenhum aliado.

A Coreia do Norte tem sido um dos principais apoiantes da guerra da Rússia na Ucrânia. Por exemplo, sempre que as Nações Unidas apresentam resoluções para condenar ou deter as ações da Rússia na Ucrânia, a Coreia do Norte, ao contrário da China, votou sempre contra elas.

Bielorrússia

A Bielorrússia é o aliado mais próximo e dedicado da Rússia. Alguns podem até dizer que é um "Estado fantoche" controlado pelos russos - tem vários tratados e acordos com Moscovo, o seu maior parceiro económico.

É justo dizer que Bielorrússia depende da Rússia a vários níveis, desde as importações de petróleo e gás até a subsídios económicos.

Tropas e equipamentos militares russos estão regularmente estacionados no país, que foi um dos campos de preparação da invasão russa da Ucrânia. O líder bielorrusso, Alexander Lukashenko ,permitiu que a Rússia posicionasse armas nucleares no país.

O Presidente russo Vladimir Putin cumprimenta o ex-homólogo iraniano Ebrahim Raisi durante uma reunião em Teerão, em julho de 2022
O Presidente russo Vladimir Putin cumprimenta o ex-homólogo iraniano Ebrahim Raisi durante uma reunião em Teerão, em julho de 2022Foto: Sergei Savostyanov/Sputnik/REUTERS

Irão

O Irão, tal como a Rússia, está sob pesadas sanções internacionais dos países ocidentais. Ambos os Estados têm uma forte aliança económica e militar. De acordo com os serviços de inteligência norte-americanos, o Kremlin e Teerão aumentaram visivelmente a cooperação militar desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.

O Irão forneceu à Rússia 'drones' e munições, que são essenciais para os militares russos na frente de batalha. Uma das raras visitas internacionais de Vladimir Putin após a invasão em 2022 foi ao Irão.

Depois da morte do Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em maio, Putin enviou as suas condolências e disse que o via como um parceiro confiável, que contribuiu bastante para a promoção de relações amigáveis entre os dois países.

Síria

A Síria é o reduto da Rússia no Médio Oriente, e o Presidente do país, Bashar al-Assad, não esconde que é um "grande fã" de Putin. A Síria depende muito do apoio militar russo: A Rússia estabeleceu uma presença militar regular no país para ajudar o seu líder a lidar com a guerra civil em curso.

Assad disse que a guerra na Ucrânia foi uma "correção da história e a restauração do equilíbrio perdido no mundo após a dissolução da União Soviética". A Síria, tal como a Bielorrússia e a Coreia do Norte, votou contra as resoluções da ONU que visavam convencer a Rússia a interromper a invasão da Ucrânia.

O presidente do Vietname, To Lam, à esquerda, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, passam pela guarda de honra no Palácio Presidencial em Hanoi, Vietname
O presidente do Vietname, To Lam, à esquerda, e seu homólogo russo, Vladimir Putin, passam pela guarda de honra no Palácio Presidencial em Hanoi, VietnameFoto: Minh Hoang/AP Photo/picture alliance

Vietname

O Vietname e o seu Governo comunista são o mais recente país a estreitar os laços com a Rússia. O país assinou um acordo de defesa estratégica com Moscovo durante a visita de Putin à Ásia, em que o Presidente tentou aumentar o alcance internacional russo, discutindo comércio, defesa e a guerra na Ucrânia.

O Vietname esquivou-se de condenar a agressão russa na Ucrânia. Durante a visita, o Presidente do Vietname, To Lam, congratulou Putin pela sua reeleição, em março, e elogiou-o por ter alcançado "estabilidade política interna".

Putin disse que o fortalecimento de uma parceria estratégica com o Vietname é uma das prioridades da Rússia.