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Oposição moçambicana alia-se contra a fraude eleitoral

Silaide Mutemba (Maputo)
30 de outubro de 2024

A oposição moçambicana anunciou hoje uma "aliança inédita" no país. Os partidos prometem liderar manifestações de rua e rejeitam os resultados das eleições gerais, exigindo uma auditoria forense.

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Campanha eleitoral de apoiantes do candidato Venâncio Mondlane, na província de Manica
Apoiantes de Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido PODEMOS, exigem mudanças em MoçambiqueFoto: Bernardo Jequete/DW

Os partidos de oposição em Moçambique uniram-se para rejeitar formalmente os resultados da votação de 9 de outubro anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

"O processo de contagem e apuramento cerceou direitos de todos os partidos concorrentes neste processo eleitoral, razão para se exigir respeito pela verdade eleitoral", declarou hoje, em Maputo, Dinis Tivane, representante do Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).

Numa declaração conjunta assinada na capital moçambicana, Tivane disse que os partidos da oposição exigem uma auditoria forense e a responsabilização dos órgãos de gestão eleitoral por, segundo eles, serem cúmplices da "fraude eleitoral".

"Compreendemos que, se não foram eles os autores da fraude, são cúmplices ao reconhecer e anunciar os resultados", acrescentou. No encontro de hoje, em Maputo, participaram cerca de 40 representantes de forças políticas, incluindo do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar.

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O candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido PODEMOS, convocou já várias greves e marchas em repúdio aos resultados anunciados pela CNE, na semana passada.

A próxima fase de protestos deverá começar esta quinta-feira (31.10)

Durante a conferência de imprensa de hoje, Dinis Tivane destacou que, enquanto não houver transparência e não se restaurar a "verdade eleitoral", os partidos da oposição permanecerão mobilizados e continuarão a contestar os resultados nas ruas de todo o país.

RENAMO rejeita rumores da saída de Momade

Por seu turno, Salomão Muchanga, líder do partido Nova Democracia, denunciou durante a sua intervenção que existe em Moçambique um "sindicato de crimes eleitorais" que, segundo ele, "vandaliza a vontade popular e precisa ser combatido".

Muchanga sublinhou que o conselho Constitucional "tem uma responsabilidade acrescida" neste processo, "para dar respostas às reivindicações dos cidadãos".

Os resultados divulgados pela CNE ainda devem ser validados pelo Conselho Constitucional. A oposição já recorreu a este órgão para denunciar várias irregularidades constatadas ao longo do processo eleitoral.

O Conselho Constitucional deu hoje oito dias à CNE para apresentar as atas e editais dos apuramentos parcial e intermédio.