1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Oposição moçambicana vaia e interrompe Nyusi no Parlamento

Silaide Mutemba | Lusa
20 de dezembro de 2023

"Queremos justiça eleitoral" gritaram hoje deputados da RENAMO que vaiaram e interromperam o discurso do Presidente moçambicano durante o informe sobre o Estado da Nação no Parlamento. E chamaram "ladrões" à FRELIMO.

https://p.dw.com/p/4aNLY
A bancada parlamentar da RENAMO interrompeu o Presidente moçambican, Filipe Nyusi, durante o discurso sobre Estado da nação
Foto: Silaide Mutemba/DW

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, foi esta quarta-feira (20.12) ao Parlamento, em Maputo, para prestar seu informe anual sobre o Estado Geral da Nação.

A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), em jeito de protesto relativamente ao contexto político causado pelas eleições autárquicas, começou por virar costas ao chefe de Estado, quando a presidente do Parlamento, Esperança Bias, o chamou para prestar o seu informe.   

Quando Nyusi começou a falar, os deputados da bancada da principal força de oposição, todos trajados com camisolas pretas, começaram a cantar "queremos justiça eleitoral" e "abaixo a fraude eleitoral".

Entre gritos e cantos, a RENAMO, que também se muniu de escritos de repúdio ao que classificam como megafraude nas eleições autárquicas de 11 de outubro,  chamou Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o partido no poder, de "ladrões".

"Trufafa, Trufafa, é RENAMO que está a passar. Mas quem ganhou, é RENAMO", cantavam os deputados, um trecho da música do partido que se tornou viral durante estas eleições. 

"O povo está a ouvir"

"O povo está a ouvir e nós vamos continuar", disse Filipe Nyusi, pouco tempo depois de interromper o seu discurso, uma situação que ocorreu pelo menos três vezes.

Mesmo com a chamada de atenção da presidente do parlamento, os deputados da RENAMO continuaram a cantar e gritar, tornando impossível a perceção do discurso do Presidente, que tentava falar mais alto.

A RENAMO tem conduzido um pouco por todo país protestos contra aquilo que chama de megafraude nas eleições autárquicas de 11 de outubro.

O Conselho Constitucional, órgão de última instância da justiça eleitoral com competência para validar as eleições em Moçambique, proclamou em 24 de novembro a FRELIMO vencedora das eleições autárquicas em 56 municípios, contra os anteriores 64, com a RENAMO a vencer quatro, e mandou repetir eleições em outros quatro.

Autárquicas: RENAMO volta às ruas de Maputo