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ONU vai investigar membros acusados de pertencer ao Hamas

Lusa | nn
26 de janeiro de 2024

O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se horrorizado com o alegado envolvimento de funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos nos ataques de 7 de outubro a Israel.

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António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas
António Guterres, secretário-geral das Nações UnidasFoto: Luis Tato/AFP/Getty Images

"O secretário-geral foi informado pelo comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, sobre alegações extremamente graves que implicam vários membros do pessoal da UNRWA nos ataques de terror de 7 de outubro em Israel", disse o porta-voz de Guterres em comunicado.

O ex-primeiro-ministro português "está horrorizado com esta notícia e pediu ao sr. Lazzarini que investigasse este assunto rapidamente e garantisse que qualquer funcionário da UNRWA que tenha participado ou sido cúmplice do que aconteceu em 7 de outubro, ou em qualquer outra atividade criminosa, seja despedido imediatamente e encaminhado para possível processo criminal", acrescentou Stéphane Dujarric.

Face a estas novas informações, será realizada uma revisão independente urgente e abrangente da UNRWA, concluiu o porta-voz.

Rescisão de contratos

A UNRWA anunciou a decisão de rescindir os contratos de membros do seu pessoal que alegadamente participaram nos ataques. O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse em comunicado que tomou "a decisão de rescindir imediatamente os contratos destes funcionários e lançar uma investigação para estabelecer a verdade sem demora", com vista a "proteger a capacidade da agência da ONU de fornecer assistência humanitária" na Faixa de Gaza.

Na mesma nota, Lazzarini observou que esta situação ocorre depois de "as autoridades israelitas fornecerem à organização informações sobre a suposta participação de vários funcionários da UNRWA nos horríveis ataques contra Israel".

"Estas alegações chocantes surgem num momento em que mais de dois milhões de pessoas em Gaza dependem da assistência vital que a Agência tem prestado desde o início da guerra. Qualquer pessoa que traia os valores fundamentais das Nações Unidas também trai aqueles a quem servimos em Gaza, em toda a região e em outras partes do mundo", observou o líder da UNRWA.

Ataques de 7 de outubro provocaram uma resposta militar em Gaza sem precedentes
Ataques de 7 de outubro provocaram uma resposta militar em Gaza sem precedentesFoto: AFP/Getty Images

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, matando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento islamita palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo as autoridades locais tuteladas pelo Hamas, já foram mortas mais de 26.000 pessoas - na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.

EUA suspendem ajuda

Os EUA anunciaram que vão suspender temporariamente futuros financiamentos à agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), após alegações de funcionários envolvidos no ataque do Hamas em 07 de outubro.

"Os Estados Unidos estão extremamente preocupados com as alegações de que 12 funcionários da UNRWA podem ter estado envolvidos no ataque terrorista do Hamas contra Israel em 07 de outubro", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, num comunicado.

Em resposta, o Departamento de Estado suspendeu o financiamento adicional ao UNRWA, enquanto analisa as alegações sobre esse envolvimento, bem como as medidas que as próprias Nações Unidas estarão a ponderar aplicar.

No comunicado, Miller esclareceu que o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, já conversou sobre este assunto com o secretário-geral da ONU, António Guterres, "para sublinhar a necessidade de uma investigação completa e rápida".

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