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Ofensiva islâmica no Mali em destaque na imprensa alemã

11 de janeiro de 2013

O Mali mereceu de novo a atenção. E não pelas melhores razões. Os confrontos entre o exército maliano e os rebeldes islâmicos intensificaram-se. As preocupações dos cristãos coptas foram outro tema africano em foco.

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Foto: Fotolia
Mali Demonstration in der Hauptstadt Bamako
Manifestação em Bamako a pedir pazFoto: HABIBOU KOUYATE/AFP/Getty Images

"Tiros de advertência no Mali", titula o Süddeutsche Zeitung, que noticia o avanço dos rebeldes em direção à cidade de Mopti, cidade onde passa a linha de frente deste país partido em dois. Por seu lado, o Die Tageszeitung escreve que "a tensão continua a aumentar no Mali". O jornal refere que Yayi Boni, presidente do Benin e presidente da União Africana, solicitou formalmente o envio de tropas da NATO. Um pedido que tem muitos adeptos no Mali. Em Bamako têm tido lugar com regularidade manifestações a favor de uma intervenção militar com a participação de tropas internacionais. Contudo, esta não deverá ter lugar antes de setembro de 2013. "E Nigéria fez marcha-atrás", aponta o jornal. O gigante da África Ocidental inicialmente tencionava enviar 600 soldados, mas devido aos problemas de segurança causados ​​pelo Boko Haram, no norte da Nigéria, e da intensificação da pirataria marítima ao largo da sua costa, não deve disponibilizar mais do 450 homens. O forte desejo de uma intervenção militar não impede no entanto a busca de uma solução política.

RDC: entre negociações e preparativos militares

Em Kampala, no Uganda, as autoridades de Kinshasa e os rebeldes do M23 entraram em negociações. O M23 decretou um cessar-fogo unilateral, mas em paralelo a isso estão em curso preparativos para o envio de uma força de intervenção africana para leste da RDC. O Frankfurter Allgemeine Zeitung noticia que os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, que se reuniram na sede da União Africana, UA, em Adis Abeba, chegaram a um acordo quanto ao envio de 4000 soldados. Kinshasa deposita grandes esperanças nesta força militar na medida em que deve ser mandatada para combater não só o M23, mas as dezenas de outros grupos armados na província de Kivu Norte, algo que a missão da ONU, MONUSCO, não está mandatada fazer.

Sudan Omar al-Baschir und Salva Kiir
Omar al-Baschir e Salva Kiir, um gesto simbólico?Foto: KHALED DESOUKI/AFP/Getty Images

Tudo em aberto entre o Sudão e o Sudão do Sul

Um aperto de mão entre o presidente sudanês, Omar al-Bashir e o seu homólogo do Sudão do Sul Salva Kiir concluiu as discussões sob os auspícios do mediador, Thabo Mbek, para tentar esclarecer as diferenças entre os dois países. A imprensa alemã está cética quanto as hipóteses de se chegar a um novo acordo. O encontro de Addis Abeba, saldou-se, escreve o Berliner Zeitung, num compromisso que prevê a criação de uma zona tampão desmilitarizada na fronteira entre os dois Sudões. Mas esta área já havia sido acordada há meses atrás. "Sudão e Sudão do Sul debatem-se com um dilema", escreve o jornal. Ambos os países são dependentes das receitas do petróleo. Três quartos das reservas petrolíferas estão no sul, os oleodutos que trazem petróleo para o mar todos passam pelo norte. A disputa relativa aos impostos de trânsito quase causou uma guerra em várias ocasiões. Há um ano e meio, recorda o jornal, quando o Sudão do Sul se tornou independente após décadas de guerra, Omar al-Bashir havia dado essa garantia ao seu novo vizinho: "o vosso sucesso é também o nosso." Porém, a hostilidade entre o Norte e o Sul está profundamente enraizada.

Natal copta festejado com medo do amanhã

Os coptas egípcios comemoraram a 7 de janeiro o seu Natal. Todavia, de acordo com o jornal alemão Die Welt "a islamização crescente da sociedade egípcia cada vez mais inquieta a minoria cristã". O diário aponta que em Alexandria, cidade outrora cosmopolita "as mulheres veladas e homens com barbas longas são cada vez mais numerosos e os restaurantes de peixe não servem álcool". Para os coptas, escreve o jornal, a principal causa de preocupação é o artigo 2 º da nova Constituição, que define a sharia como fundamento do direito.

Autora: Helena Ferro de Gouveia
Edição: António Rocha

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