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Nuno Nabiam em clima de vitória

Braima Darame (Bissau)14 de maio de 2014

Nuno Nabiam, um estreante na política da Guiné-Bissau, desafia José Mário Vaz (PAIGC), na segunda volta presidencial. Nabiam promete acabar com o corte ilegal de árvores, a corrupção e repôr a ordem do Estado.

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Foto: DW/Braima Darame

Conotado com a ala militar, Nuno Gomes Nabiam teve uma estreia em grande na política guineense: arrecadou 25,14% dos votos na primeira volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, que lhe valeu o passaporte para a segunda volta do pleito, a realizar-se no próximo domingo (18.05.14).

"Trabalhei muito para criar uma confiança da classe castrense de que o Nuno, de facto, é a pessoa mais indicada hoje para garantir a paz e a estabilidade na Guiné-Bissau," afirma. O político explica que sua relação com a classe castrense, "é uma amizade na base da transparência e da verdade."

Campanha de porte

Pai de cinco filhos, Nuno Nabiam é, até o momento, o candidato com mais recursos financeiros aplicados na atual campanha eleitoral. A investida nessa campanha fala por si: Contratou os melhores músicos e juristas do país, arrastou consigo a maioria dos políticos e todos os partidos que apoiaram o golpe militar de 2012.

As ruas de Bissau estão completamente inundadas de panfletos, dísticos e cartazes com o retrato de Nabiam. Para já, é o candidato com mais sedes de campanha nos bairros e que funcionam 24 horas por dia.

Wahlen in Guinea-Bissau
Ruas de Bissau tomadas por cartazes com o retrato de NabiamFoto: picture-alliance/dpa

Ao mesmo tempo, o político colocou centenas de plataformas nas estradas com músicas alusivas à sua candidatura.

Quem é Nuno Nabiam

O engenheiro de aviação civil, formado na Rússia, ex-União Soviética, é candidato que promete erradicar "a corrupção e tornar a justiça uma realidade na terra de Amílcar Cabral."

"Vou ser um Presidente de lei, um Presidente de ordem, porque essa é a questão fundamental na Guiné-Bissau: não há respeito pela lei e pela ordem," avalia.

Nabiam, Concluiu a licenciatura no Instituto Superior de Engenharia de Aviação Civil, em Kiev, hoje Capital da República da Ucrânia. Em 1994, viajou para os Estados Unidos da América, onde, entre várias outras actividades que empreendeu, obteve mestrado em gestão empresarial.

Regressado à Bissau, terra onde nasceu em 1966, ingressou na Função Pública - tendo exercido como Assessor do Ministro dos Transportes e Telecomunicações.

Acusações e promessas

Nuno Gomes Nabiam und Kumba Iala
Nuno Nabiam entrou para a política com o apoio de Kumba Ialá, ex-líder do Partido da Renovação Social (PRS), que faleceu recentementeFoto: DW/B. Darame

Durante a primeira volta, Nuno Nabiam foi alvo de acusações de ser um dos vendedores de toneladas de troncos de árvore cortados ilegalmente, nos dois últimos anos, nas matas da Guiné Bissau.

Nabiam sempre refutou essas acusações, preferindo apontar como prioridade do seu próximo mandato, caso seja eleito, acabar com esse negócio.

"Vou trabalhar para garantir aos guineenses a lei, a ordem e uma luta incessante contra a corrupção e contra o corte abusivo da Floresta," promete.

Nuno Nabiam era, até há pouco tempo, um elemento estranho à política guineense. Oriundo da Aviação Civil, departamento que chefiou durante os dois anos do Governo de Transição - ou seja, desde 2012.

De início, era acusado por muitos de ser apenas mais um seguidor de Kumba Ialá, ex-líder do Partido da Renovação Social (PRS), que faleceu recentemente. Neste momento, questiona-se em Bissau, qual poderá ser a reacção do eleitorado à morte de Kumba Ialá e o impacto que isso terá na votação final desde domingo.

Apoios e otimismo

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Mas, para Nuno Nabiam, a vitória é certa. "Essa moldura humana aqui presente justifica de facto a vitória no dia 18," diz.

Em 2012, Nuno Nabiam foi nomeado pelo Governo da República da Guiné-Bissau, Presidente do Conselho de Administração da Agência da Aviação Civil da Guiné-Bissau, tendo conseguido, em conjugação de esforços com os seus colaboradores, inscrever o país nos anais da aviação civil mundial.

Para a segunda volta da eleição presidencial, Nuno Nabiam tem o apoio dos candidatos derrotados: Afonso Té, Hélder Vaz, e Abel Incada, que foi candidato do PRS na primeira volta. Nabiam é acompanhado ainda por Ibraima Djaló, vulgo "Obama," presidente do partido Congresso Nacional Africano; Serifo Baldé, presidente do Partido Jovem; e por Victor Mandiga, ex-presidente do Partido da Convergência Democrática e ex-ministro das Finanças.

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