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Novos protestos escalam em Hong Kong

Lusa
20 de outubro de 2019

Milhares de manifestantes de Hong Kong inundaram novamente as ruas neste domingo (20.10), enfrentando a proibição de protestos, após os violentos ataques, esta semana, sobre dois militantes pró-democracia.

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Hongkong Protest gegen China & Ausschreitungen
Protestos voltam a escalar nas ruas de Hong Kong neste domingo (20.10)Foto: Reuters/K. Kyung-Hoon

Milhares de manifestantes de Hong Kong inundaram novamente as ruas, enfrentando a proibição de protestos, movidos pela raiva, após os violentos ataques, esta semana, sobre dois militantes pró-democracia.

As autoridades haviam proibido a manifestação organizada em Tsim Sha Tsui, uma área densamente povoada, conhecida pelas suas lojas de luxo e hotéis.

Para justificar a proibição, as autoridades invocaram razões de segurança, após os violentos confrontos entre a polícia e a franja mais radical de manifestantes.

Neste domingo, ao meio-dia (hora local), milhares de pessoas participaram da manifestação proibida pelo vigésimo fim de semana consecutivo de protestos. Continuam a fazer pressão sobre o Governo em Pequim.

Pior crise política

Explica-me os protestos em Hong Kong

Há quatro meses que a ex-colónia britânica atravessa a sua pior crise política, desde a transferência do poder para a China, em 1997, com manifestações e ações quase diárias denunciando a perda de liberdade, mas também a crescente ingerência de Pequim nos assuntos desta região semiautónoma. 

Desde que as autoridades proibiram o uso de máscaras durante manifestações, no início de outubro, Hong Kong sofreu uma onda de violência, com vários atos de vandalismo contra empresas acusadas de apoiar o governo pró-Pequim.

Mas os violentos ataques a dois ativistas pró-democracia nesta semana exacerbaram o movimento. Na quarta-feira, Jimmy Sham, uma das figuras do campo pró-democracia, foi hospitalizado após ser violentamente agredido com martelos por pessoas desconhecidas.

Jimmy Sham é o principal porta-voz da Frente Civil de Direitos Humanos (FCDH), uma organização que promove a não-violência e esteve por detrás dos protestos mais pacíficos dos últimos meses.

Agressões 

Hongkong Protest gegen China & Ausschreitungen
Movidos pela raiva, manifestantes ateiam fogo em unidade da polícia em Hong KongFoto: Reuters/K. Kyung-Hoon

Na noite de sábado, um homem de 19 anos que distribuía panfletos pedindo manifestações foi gravemente ferido por um agressor que o esfaqueou no pescoço e no abdómen.

Vídeos difundidos nas redes sociais mostraram também o agressor a segurar uma faca após o ataque e a gritar "Hong Kong faz parte da China" e "vocês estragaram Hong Kong".

Figo Chan, da FCHR, disse que os defensores da democracia devem mostrar que a sua determinação permanece intacta.

"Se não sairmos amanhã, a violência vai prevalecer e vai intensificar-se: a violência infligida pelo regime, pela polícia e pelas tríades locais", afirmou no sábado, em declarações aos jornalistas.

Nos dois campos do conflito - pró-democracia e pró-Pequim -  a violência tem vindo a crescer em intensidade, aumentando ainda mais a divisão ideológica.