Nova agenda da ONU visa desenvolvimento sustentável até 2030
30 de setembro de 2015Publicidade
No arranque da Cimeira das Nações Unidas em Nova Iorque, a 25 de setembro, mais de 150 líderes mundiais aprovaram 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS). A erradicação da pobreza extrema, o acesso universal à educação e à saúde, a promoção da igualdade das mulheres e o combate ao aquecimento global são algumas das metas adoptadas.
Os 17 ODS foram adoptados pelos vários dirigentes mundiais reunidos em Nova Iorque num ambiente de optimismo. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, saudou a aprovação da nova agenda global de desenvolvimento, falando num plano de ação para “acabar com a pobreza em todas as suas dimensões, de forma irreversível, em todos os lugares, e não deixando ninguém para trás”.
Agenda inclusiva e diversificada
A grande diferença dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, em relação às metas adoptadas em 2000, é o facto de os novos objectivos não se limitarem aos países em desenvolvimento.
“São universais, ou seja, são metas que podem e devem ser aplicadas em todos os países do mundo", diz Jens Martens, director-executivo do Global Policy Forum, em Bona, na Alemanha. A organização observa e analisa, desde 1993, o trabalho da ONU em Nova Iorque.
De acordo com a ONU, os ODM são objetivos únicos para nações ricas e em desenvolvimento, para países do norte e do sul, todos com a meta comum e principal de terminar com a pobreza extrema.
Jens Martens acredita que os novos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável podem ter um grande impacto, porque incluem não só a redução da pobreza, mas também as questões ambientais, tais como as alterações climáticas e a destruição da biodiversidade. Os ODS visam a paz e a democracia, bem como a sustentabilidade da produção e do consumo e a eliminação da desigualdade social.
"Na realidade, o problema não é a pobreza", diz o director-executivo do Global Policy Forum. "O problema é a crescente desigualdade na sociedade. Temos de olhar para a pobreza e a riqueza e o fosso crescente entre as duas realidades", conclui.
Entre os 17 novos objetivos estabelecidos na Cimeira da ONU estão 169 metas, cujo cumprimento será medido com cerca de 300 indicadores que a ONU elaborou para determinar o modo como as nações estão a cumprir as promessas feitas.
Um plano que os economistas vêem com receio, dada a enorme quantidade de dados estatísticos a recolher para a revisão dos objectivos e sub-objectivos das Nações Unidas.
Uma procupação tida em conta também por David Donoghue, representante da Irlanda na ONU, que liderou com Macharia Kamau, do Quénia, o processo de negociação da agenda de desenvolvimento sustentável da organização. "Muitos países mais pequenos, com administrações frágeis, vão precisar de muita ajuda para recolher e avaliar estes dados", frisa Donoghue.
A nova agenda entra em vigor a 1 de janeiro de 2016, dando a todos os estados membros 15 anos para tentar alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
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