Nigéria: Supremo chumba recursos e carimba vitória de Tinubu
26 de outubro de 2023Após análise, um painel de sete juízes do Supremo Tribunal da Nigéria "rejeitou" os recursos dos candidatos Atiku Abubakar (que ficou em segundo lugar) e Peter Obi (que ficou em terceiro).
O Supremo confirmou igualmente a decisão do Tribunal de Recurso de Abuja que, a 6 de setembro, tinha confirmado a eleição de Bola Ahmed Tinubu "como Presidente da República Federal da Nigéria devidamente eleito", declarou o juiz John Inyang Okoro, ao anunciar a decisão sobre o recurso de Abubakar.
Estas decisões põem fim a uma disputa eleitoral que se arrastava há oito meses, na sequência das disputadas eleições de 25 de fevereiro.
No passado, as eleições na Nigéria foram muitas vezes marcadas por alegações de fraude e contestadas em tribunal. Mas o mais alto tribunal do país nunca reviu os resultados de uma eleição presidencial desde o fim do regime militar e o regresso à democracia, em 1999.
Antigo governador de Lagos e candidato do partido no poder, o Congresso de Todos os Progressistas (APC), Bola Tinubu venceu as eleições presidenciais de fevereiro com 37% dos votos, derrotando Atiku Abubakar (29%), candidato do Partido Democrático Popular (PDP), e Peter Obi (25%), candidato do Partido Trabalhista (LP), numa das disputas mais renhidas da história moderna do país.
Comissão Eleitoral reconhece "erros", mas votação foi "livre e justa"
Cerca de 25 milhões de nigerianos votaram nestas eleições, que decorreram de uma forma calma, mas que foram marcadas por atrasos na contagem dos votos e por falhas graves na transferência eletrónica dos resultados, o que levou os eleitores e a oposição a denunciarem "fraudes maciças".
Após o ato eleitoral, a Comissão Eleitoral reconheceu a existência de "problemas" no processo de votação, mas considerou que este tinha sido livre e justo.
Tinubu tomou posse em maio e rapidamente iniciou reformas que o seu Governo acredita que irão apoiar o crescimento da maior economia de África e atrair mais investimento estrangeiro.
Ao mesmo tempo, o Governo enfrenta enormes desafios em matéria de segurança, com uma insurreição extremista no nordeste, grupos criminosos que efetuam raptos em massa no noroeste e no centro, e agitação separatista no sudeste.