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Nampula com fraca adesão dos jovens ao serviço militar

Sitoi Lutxeque (Nampula)
11 de janeiro de 2023

Em Moçambique, os jovens são chamados para o serviço militar obrigatório, que iniciou há uma semana. Mas na província de Nampula, muitos estão receosos, devido ao terrorismo em Cabo Delgado.

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Mosambik Zensus Militär
Foto: Sitoi Lutxeque/DW

O recenseamento militar obrigatório começou a 3 de janeiro, mas em Nampula tem havido pouca adesão. Vários postos de recenseamento têm estado praticamente vazios.

Vários jovens ouvidos pela DW África dizem que a fraca adesão é compreensível, pois paira no ar o medo de que sejam "forçosamente" levados ao combate contra os insurgentes que saqueiam e matam no norte do país.

"Estou com muito receio de me recensear. Se recensear podem levar-me a Cabo Delgado para ir lutar numa guerra que nós ainda não percebemos o que está a acontecer. Não quero ser usado para isso, disse Abdul Ramadane, de 31 anos.

Mas segundo Ramadane a sua decisão não é definitiva. "Vou esperar por um tempo. Nos próximos recenseamentos militares, posso recensear-me. Talvez depois de cessarem [os ataques] lá em Cabo Delgado. Agora não, não quero morrer já", disse.

Jovens já recenseados

Há jovens que pensam de forma diferente e já estão a recensear-se para, como dizem, contribuir para a defesa da soberania do país.

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Em Nampula o recenseamento militar regista a fraca participação dos jovens Foto: Sitoi Lutxeque/DW

Fina Estefan diz que já se recenseou. "Estou preparada. Convido aos meus amigos, colegas e irmãos para virem recensear-se", disse.

Moçambique espera recensear para o serviço militar obrigatório mais de 200 mil jovens, dos 18 aos 35 anos de idade. O processo termina a 28 de fevereiro.

Na segunda-feira (09.01), o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, lançou oficialmente, no distrito de Malema, na província de Nampula, a campanha do censo militar 2023. E tranquilizou os jovens, explicando que a defesa nacional não se resume apenas a pegar em armas contra o inimigo.

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Recenseamento militar decorre até 28 de fevereiroFoto: Sitoi Lutxeque/DW

"A ação de defesa nacional não se circunscreve apenas à componente militar, abrange também outras áreas que, em conjunto, garantem o funcionamento normal do país, como são os casos da política, economia, cultura, educação assim como outras", disse.

Cristóvão Chume aproveitou a ocasião "para solicitar, mais uma vez, o apoio das autoridades locais, religiosas, instituições de ensino, aos pais e encarregados de educação, para agirem como agentes de educação cívico-patriótico e mobilizadores de jovens para aderirem ao recenseamento militar", exortou.

O ministro da Defesa desafiou os Centros Provinciais de Recrutamento e Mobilização Militar a cumprirem com as metas estabelecidas para o processo de recenseamento em curso. As autoridades esperam que a adesão aumente com a abertura do ano letivo, a 31 de janeiro.

Os desafios para Moçambique no Conselho de Segurança da ONU