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Moçambique: "Chapas" mais caros em Maputo

20 de fevereiro de 2023

Município de Maputo e FEMATRO anunciaram aumentos na tarifa dos "chapas" a partir da próxima semana. Alguns transportadores já estão a cobrar o novo preço, o que gerou contestação e paralisação de rotas esta manhã.

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Foto: DW/Romeu da Silva

Um bilhete para o transporte semicoletivo de Maputo, vulgo "chapa", ficará mais caro três meticais, o equivalente a quatro cêntimos de euro, a partir do próximo dia 27 de fevereiro. Ou seja, para a distância mais curta dentro das cidades de Maputo e Matola, a tarifa de transporte semicoletivo passa a custar o equivalente a 0,18 euros e para a mais longa 0,22 euros.

O anúncio foi feito, esta segunda-feira (20.02), pelo Município de Maputo e a Federação Moçambicana das Associações dos Transportes Rodoviários (FEMATRO).

No entanto, e antes mesmo do anúncio oficial da entrada em vigor das novas tarifas, esta manhã, houve um braço de ferro entre os utentes e os transportadores de algumas rotas, que já estavam a cobrar o preço mais alto. A medida paralisou os transportes semicoletivos por algumas horas.

Braço de ferro

"Eles [município e FEMATRO] combinaram a subida de transportes, que é de três meticais. A associação deu-nos papéis para nós colarmos nas viaturas para anunciar o aumento do transporte", contou à DW um dos trabalhadores.

Outros funcionários dos transportes coletivos acrescentaram que os passageiros estavam a "negar" pagar os 15 meticais, "não reconhecendo o valor" praticado.

Por seu lado, os utentes dos "chapas" alegam que não foram informados sobre os aumentos. E que não concordam com a nova tarifa, embora compreendam as motivações dos transportadores.

"O munícipe é que será sacrificado. Por mim é justo, mas deviam subsidiar os transportadores e manter o preço do chapa", disse à DW um dos utentes.

Avenida Eduardo Mondlane em Maputo
Tarifa do transporte semicoletivo de Maputo mais caro três meticais a partir de 27 de fevereiroFoto: DW/J. Beck

Um outro cidadão acrescenta: "O Governo devia olhar para o nosso bolso, o nosso salário é muito magro, não é possível aumentar o chapa, está complicado isto".

Seis meses depois da promessa do Governo de subsidiar os passageiros, a ideia caiu por terra. Agora o assunto dos aumentos foi devolvido aos municípios, para chegarem a acordo com os operadores.

Nos últimos meses, a Federação Moçambicana dos Transportes Rodoviários tem feito pressão para um aumento da tarifa do transporte na ordem dos sete meticais, o equivalente a 10 cêntimos de euro.

Em entrevista à DW, Alexandre Muianga, vereador da área de Transportes e Mobilidade em Maputo, explica que, "conscientes da insustentabilidade do subsídio", foram realizadas várias rondas de discussão com o Governo central, das quais saiu um consenso: um incremento da tarifa em três meticais.

FEMATRO quer mais

A FEMATRO queria um aumento maior. Por isso, as negociações irão continuar: "São várias rondas. Hoje conseguimos três meticais, mas vamos continuar a trabalhar na procura de melhores soluções", disse Castigo Nhamane, presidente da FEMATRO, acrescentando que, na decisão de aumentar o equivalente a quatro cêntimos de euro, pesou mais a parte humana.

"Reconhecemos as dificuldades que recaem sobre os transportadores e os transportados. Neste momento estão satisfeitos com os três meticais que serão aplicados a partir da próxima segunda-feira", conclui.

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