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Ex-guerrilheiros da RENAMO pedem cumprimento de promessas

3 de dezembro de 2020

Iniciou esta semana na província de Inhambane o processo de DDR do braço armado da RENAMO. Os ex-guerrilheiros avisam que a paz definitiva dependerá da forma como serão reintegrados à sociedade.

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Mosambik Inhambane | DDR-Prozess
Foto: Luciano da Conceição/DW

A operação do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) na província moçambicana de Inhambane arrancou na passada segunda-feira (30.11) no centro de desmobilização instalado na localidade de Pambara, no distrito de Vilankulo.

Numa primeira fase, estão a ser desmobilizados naquela província cerca de 170 antigos guerrilheiros do maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana, (RENAMO).

Ouvido pela DW África, George Feliciano, que entrou para as fileiras de combate da RENAMO em 1978, diz estar feliz com a desmobilização, mas ainda com dúvida se o processo vai ter êxito.

"Estava na base de Panda, mas depois de combater em todas províncias. Hoje estou feliz, mas tenho medo que este processo não dure muitos anos", disse.

"Governo não deve mentir"

Ferreira António entrou na guerrilha da RENAMO quando tinha 16 anos. Também avisa que o Governo não deve mentir, mas sim cumprir com tudo o que prometeu para a integração social dos ex-combatentes.

Mosambik Inhambane | ehemalige RENAMO-Guerilleros
Foto: Luciano da Conceição/DW

"Este processo é agradável, caso se cumpra com as normas de integração social para cada um", disse o ex-guerrilheiro da RENAMO, para quem o cumprimento integral das normas estabelecidas para este processo poderá "honrar o governo".

Santos Rodrigues foi recrutado em 2012. Diz estar feliz com o processo de desmobilização, porque se cansou de viver longe da família.

"Sinto-me bem e quero ficar com a minha família lá em casa. Também já não queria ficar no mato sem a família", desabafou.

Apelos para boa convivência  

André Magibire, secretário-greal da RENAMO, apela que qualquer intimidação ou ameaças aos ex-guerrilheiros devem ser comunicadas ao partido o mais rápido possível. E garante que "este país é de todos nós".

Por outro lado, Magibire referiu que "vão continuar a fazer trabalhos, mas já não com armas, mas sim com outros meios". "Podem fazer atividade política", acrescentou.

A Secretária de Estado de Inhambane, Ludmila Maguni, garante que nada vai acontecer aos desmobilizados da RENAMO, porque toda sociedade está consciencializada que deve ajudar a garantir a reintegração.

"Por isso, pedimos a toda comunidade que lhes trate de forma amistosa garantindo assim a sua integração", apelou a governante.

Moçambique: Desmobilizados da RENAMO vivem com medo