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Morre antigo presidente dos EUA George H. W. Bush

kg | Lusa | Reuters | AP
1 de dezembro de 2018

"Bush pai" comandou os EUA durante o fim da Guerra Fria e teve um papel-chave na Reunificação Alemã. O 41.º Presidente norte-americano esteve aos comandos do país entre 1989 a 1993.

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Foto: picture alliance/AP Photo/L. Jackson

O antigo presidente dos Estados Unidos George H. W. Bush morreu esta sexta-feira (01.12), aos 94 anos, em Houston, comunicou seu filho e também ex-presidente George W. Bush.

"Jeb, Neil, Marvin, Doro e eu anunciamos com tristeza que, depois de 94 anos extraordinários, nosso querido pai morreu", afirmou George W. Bush. "Bush pai", como era conhecido, morreu oito meses depois da esposa, a ex-primeira-dama Barbara Bush, com quem esteve casado por 73 anos.

Bush foi o 41.º Presidente dos Estados Unidos e esteve aos comandos do país entre 1989 a 1993. Oito anos depois assistiu à tomada de posse do seu filho George W. Bush, que se tornou o 43.º Presidente.

Bush era o patriarca de uma dinastia política que inclui o filho, outro como governador, John Ellis Bush, que chegou a ser candidato nas primárias republicanas à presidência dos EUA,  e um neto que atualmente ocupa um cargo estadual no Texas.

Filho de um senador e pai de um chefe de Estado, George H. W. Bush foi também congressista, embaixador nas Nações Unidas, líder do Partido Republicano, enviado à China, diretor da CIA, a agência de serviços secretos norte-americana, e 'vice' nos dois mandatos do popular e também republicano Ronald Reagan. 

Bush tinha sido internado no hospital com uma infeção no sangue em 23 de abril, um dia após o funeral da ex-primeira-dama, tendo ali permanecido durante 13 dias. Voltou a ser hospitalizado em maio, indicando pressão baixa e fadiga. Acabou por ter alta alguns dias depois e comemorou seu aniversário em 12 de junho fazendo história ao tornar-se o primeiro ex-Presidente a atingir a idade de 94 anos. 

Bush era o patriarca de uma dinastia política que inclui o filho, outro como governador, John Ellis Bush, que chegou a ser candidato nas primárias republicanas à presidência dos EUA, e um neto que atualmente ocupa um cargo estadual no Texas. 

Reações

Na Alemanha, ele ficará na lembrança pelo papel crucial que desempenhou na reunificação do país, em 1990. Bush foi bem-sucedido em eliminar os temores do então líder soviético, Mikhail Gorbatchov, diante de uma Alemanha reunificada.

O resultado foi o Tratado Dois-mais-Quatro, assinado em 1990 pelas duas Alemanhas e as potências que venceram a Segunda Guerra Mundial: o Reino Unido, a França, os Estados Unidos e a União Soviética. O tratado abriu caminho para a reunificação da Alemanha.

Após o anúncio do falecimento, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudou a "liderança inabalável" do ex-presidente. "Através de sua autenticidade, do seu espírito e compromisso inabalável com a fé, a família e o seu país, o presidente Bush inspirou gerações de cidadãos americanos", afirmou Trump por meio de um comunicado divulgado a partir de Buenos Aires, onde participa da cúpula do G20.

O antigo líder soviético Mikhail Gorbatchov, que trabalhou estreitamente com Bush na solução que conduziu ao final da Guerra Fria elogiou o antigo Presidente pelas suas habilidades como político e pelo seu carácter pessoal. "Foi um tempo de grande mudança e que exigiu uma grande responsabilidade de todos. O resultado foi o final da Guerra Fria e a corrida ao armamento nuclear", disse Gorbatchov à agência noticiosa Interfax.   

O emir do Kuwait, o xeque Sabah Al-Ahmad Al-Sabah, destacou os esforços de Bush para "criar uma nova ordem internacional baseada na justiça e igualdade entre as nações", em referência à Guerra do Golfo de 1991, liderada por Bush e que libertou a pequena nação petrolífera da invasão do Iraque.  

"A América perdeu um patriota e um humilde servidor", disse o ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama ao sublinhar a contribuição de Bush para "reduzir o flagelo das armas nucleares e para formar uma ampla coligação internacional para expulsar um ditador do Kuwait". Obama acrescentou que a diplomacia de George Bush ajudou a "terminar com a Guerra Fria sem se disparar um tiro".