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RENAMO quer esclarecimentos sobre a morte do seu delegado

28 de novembro de 2018

A Polícia continua a investigar a morte do delegado da RENAMO em Montepuez. Assane Alfredo foi encontrado sem vida na semana passada. A Políca diz foi espancado por membros do seu próprio partido.

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Mosambik Montepuez - Anhänger von RENAMO verursachen Aufstände in Montepuez, Cabo Delgado
Manifestação de apoiantes da RENAMO contra o processo das autárquicas em Montepuez Foto: DW/D. Anacleto

O corpo do delegado distrital da RENAMO, o maior partido da oposição, em Montepuez foi encontrado a flutuar no rio Muatipane, a 24 de novembro. Assane Luciano Alfredo, de 35 anos, estava desaparecido há uma semana.

A RENAMO em Cabo Delgado relaciona este incidente, ocorrido em circunstâncias até agora desconhecidas, a perseguições dentro e fora do partido.

Sem referir a identidade dos possíveis autores, para alegadamente não interferir no trabalho investigativo da polícia, o delegado provincial da RENAMO, Alberto Bacar, suspeita de assassinato: "Acabo de confirmar que o malogrado vivia num ambiente desagradável, de perseguição, de ameaças ao nível interno e externo do partido. Dentro do seu trabalho, o SERNIC [Serviço de Investigação Criminal] poderá esclarecer ao público em geral."

Relação com escaramuças das autárquicas?

RENAMO quer esclarecimentos sobre a morte do seu delegado

Assane Luciano Alfredo foi alvo de ameaças logo após as eleições autárquicas de 10 de outubro, por parte dos membros da própria RENAMO, que o acusavam de ter vendido votos à FRELIMO, o partido no poder, que venceu naquela autarquia.

Questionado pela DW África se o caso estará relacionado com a sua morte, o delegado da RENAMO Alberto Bacar respondeu: "As escaramuças vividas após o processo eleitoral culminaram com agressões físicas contra o delegado malogrado. Não posso avançar se foi isso o que motivou a morte, mas eu continuo a dizer que a RENAMO está ciente de que o malogrado vivia num ambiente de perseguição."

Alberto Bacar pede às autoridades policiais que esclareçam a morte do delegado da RENAMO: "Condenamos veementemente este tipo de morte. A RENAMO só pede as Forças de Defesa e Segurança, em particular a SERNIC [Serviço de Investigação Criminal] que trabalhem dentro das suas estratégias de peritagem e esclareçam o partido e a toda população, porque isso ameaça a convivência social."

As suspeitas da Polícia

Mosambik - Polizeisprecher Augusto Jose Guta in Cabo Delgado
Augusto Guta, porta-voz da PRM em Cabo DelgadoFoto: DW

A Polícia da República de Moçambique (PRM) parece não ter dúvidas de que o incidente ocorrido após as eleições pode ter precipitado o assassinato. Na altura, as autoridades tiveram de intervir para evitar o linchamento de Assane por membros do próprio partido.

Segundo o porta-voz da corporação, Augusto Guta, foram abertas várias linhas de investigação para apurar as causas da morte.

 "O corpo encontrava-se a flutuar e a sua roupa estava mesmo na margem e a motorizada estava estacionada na margem. Este indivíduo encontrava-se naquele rio a tomar banho. Após o período de votação a PRM teria garantido a integridade física deste delegado porque teria sido alvo de violação física sob alegações de que o mesmo teria vendido votos para o partido vencedor", conta o porta-voz da PRM em Cabo Delgado.

Além de ser delegado distrital da RENAMO em Montepuez, Assane Luciano Alfredo também era membro da Assembleia Provincial de Cabo Delgado.

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