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Parlamento pondera orçamento especial para Cabo Delgado

Lusa
2 de setembro de 2023

Presidente da primeira comissão do parlamento moçambicano, António Nequice, disse hoje que o órgão pondera iniciar debate sobre orçamento especial para Cabo Delgado, face aos desafios de segurança na província.

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Mosambik | Unruheprovinz Cabo Delgado
Foto: Delfim Anacleto/DW

"Vamos (...) verificar as especificidades que são decorrentes desta necessidade que Cabo Delgado tem, especificamente por conta do esforço que deve ser feito na área de defesa e segurança", declarou o presidente da Comissão de Inquérito à comunicação social no final de uma reunião entre deputados da primeira comissão e órgãos do governo local em Cabo Delgado.

A intenção, segundo António Nequice, é responder às necessidades da província, num momento em que as populações continuam a apresentar uma tendência de regresso às zonas de origem, com a estabilização da situação.

"Acho que haverá um suplemento que represente a dimensão destes desafios para que se garanta o restabelecimento total da segurança e, de forma incondicional, as populações possam se locomover e desenvolver as suas atividades (...) a vida tem de voltar à normalidade", declarou.

Conflitos no norte de Moçambique já causaram a deslocação de cerca de um milhão de pessoas
Conflitos no norte de Moçambique já causaram a deslocação de cerca de um milhão de pessoasFoto: DW

Ataques terroristas

Desde 2017, a província moçambicana de Cabo Delgado, rica em gás natural, está a ser aterrorizada por rebeldes armados, sendo alguns ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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