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Moçambique: Os apelos finais dos candidatos às eleições

7 de outubro de 2024

Os candidatos à Presidência de Moçambique foram ontem às ruas para os atos finais de campanha. De norte a sul, ouviu-se apelos e promessas.

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Campanha eleitoral em Moçambique
Campanha para as eleições gerais em MoçambiqueFoto: ALFREDO ZUNIGA/AFP/Getty Images

Foram 45 dias de campanha com vista às eleições gerais de 9 de outubro, e a caça ao voto em Moçambique chegou ao seu ponto final no domingo (06.10). O dia ficou marcado pelos últimos atos de campanha dos principais candidatos à Presidência da República e dos seus partidos.

O candidato do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), começou o dia em Nacala-Porto, na província nortenha de Nampula. Daniel Chapo, que disse ter começado a sua carreira no Estado naquela região, prometeu retomar a economia local reativando a Zona Económica Especial de Nacala.

Num discurso de mais de meia hora, Chapo também apelou aos seus apoiantes dizendo que "a vitória do dia 9 de outubro está garantida".

Eleitor segura na mão autocolantes de Daniel Chapo, candidato da FRELIMO
Candidato da FRELIMO apelou ao voto dos seus apoiantes no último ato da campanha em Nacala-PortoFoto: ALFREDO ZUNIGA/AFP/Getty Images

"Vamos acordar às 5h para ir votar no nosso partido FRELIMO e no candidato Daniel Chapo. Independentemente da sua origem, do seu extrato social, da sua filiação política, religiosa – de qualquer coisa que possa nos diferenciar –, quero ser o Presidente de todos os moçambicanos", afirmou o candidato à sucessão de Filipe Nyusi.

Mondlane rebate acusações de adversários

Nacala-Porto também foi palco do encerramento da campanha de Venâncio Mondlane, candidato presidencial apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS). Na província de Nampula, o candidato foi acusado de usar crianças na caça ao voto e de promover os seus eventos à noite, violando a legislação eleitoral.

Em declarações à Nádia Issufo, enviada especial da DW a Moçambique, Mondlane disse que tais acusações são "efeito de um delírio" dos adversários. "Um delírio resultante do choque térmico político que encontraram, porque nunca se fez política da forma como nós estamos a fazer. Como já se esgotaram todos os tipos de argumentos, agora só restaram argumentos delirantes", rebateu.

Simango critica a intolerância política

Ainda na província de Nampula, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) terminou a sua campanha com Lutero Simango a dizer que estava "satisfeito" e "confiante na vitória" no dia 9.

O candidato da segunda maior força da oposição moçambicana também falou à enviada especial da DW e criticou a intolerância política vivida durante a campanha eleitoral – que, na sua opinião, "não começou agora".

"Esta intolerância política começou em 1975. Simplesmente, agora, mudou a tática. Eles sempre foram intolerantes. A tolerância só vai acabar quando a FRELIMO for à oposição", afirmou Simango durante o seu ato final de campanha.

Momade diz que a "corrupção tem de ir embora"

A Matola foi o lugar escolhido pelo candidato da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o maior partido da oposição moçambicana, para o último ato eleitoral antes da votação de quarta-feira.

O candidato e líder do partido Ossufo Momade falou sobre diversos problemas de Moçambique, como a falta de infraestruturas nos setores da saúde, educação e falta de emprego e renda. E fez um apelo à população.

Ossufo Momade, candidato da RENAMO
Ossufo Momade quer "varrer os males" de MoçambiqueFoto: Bernardo Jequete/DW

"Passámos em várias províncias de todo o país, e hoje estamos a convidar a todos para varrer todos os males. A corrupção tem de ir embora, a falta de emprego tem de ir embora, a falta de habitação tem de ir embora. Temos de respeitar a dignidade humana", disse Momade durante o ato transmitido em direto na página do Facebook do seu partido.

Mais de 17 milhões de eleitores estão aptos a votar na próxima quarta-feira, segundo dados das autoridades eleitorais de Moçambique. Estas serão as sétimas eleições presidenciais e legislativas do país, e as quartas para assembleias e governadores provinciais.

À lupa: Cuidado com as notícias falsas sobre as eleições!

Thiago Melo da Silva
Thiago Melo Jornalista da DW África em Bona
Nádia Issufo
Nádia Issufo Jornalista da DW África
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