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Moçambique: Jornalista condenado recorre da sentença

Arcénio Sebastião (Beira)
30 de janeiro de 2020

O jornalista moçambicano José Nhame vai recorrer da sentença que o condenou à prisão por difamação e calúnia. Nhane garante que não se vai deixar intimidar e continuará a divulgar casos de corrupção e má gestão.

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José Nhane (em pé) durante a leitura da sentençaFoto: DW

José Nhane, julgado em dois processos simultâneos, foi condenado no dia 23 de Janeiro passado a um ano e dois meses de prisão e a uma multa equivalente a 935 euros (65,000 meticais) por difamar o edil da autarquia de Dondo Manuel Chaparica, para além de custos processuais. Nhane foi absolvido no processo movido contra ele pela ex-administradora Graça Coreia. 

José Nhane é colaborador do semanário Zambeze, publicado na província de Sofala. O jornalista denunciou casos de corrupção numa reportagem que mais tarde foi compartilhada por vários grupos na plataforma Whatsapp, até chegar aos queixosos. Manuel Chaparica considera que a pena, apesar de justa, não salva a sua reputa ter visto a sua manchada:

"Atendendo o tempo de desgaste, a pena devia ser a cima daquilo que se prevê". Chaparica considera a pena justa, mas continua a achar que a sua reputação na sociedade foi manchada: "Eu penso que a minha imagem está degradada e precisa de reposição," disse.

Manuel Chaparica
Manuel Chaparica acha a sentença justaFoto: DW

Nhane não vai baixar os braços

Para o jornalista, a procuradoria e o tribunal tiveram fraca prestação e mostraram sinais deterem agido por coação: "Para mim não houve justiça.O tribunal deu primazia ao edil por ser presidente. Afinal a justiça é feita a favor dos dirigentes?”, pergunta Nhane e acrescenta:

"Algumas das minhas fontes anônimas são funcionários do Conselho Municipal de Dondo. Não custava nada o Ministério Público ouvir os funcionários."

Apesar de se sentir intimidado, Nhane garante que não vai parar de denunciar casos de má gestão e corrupção. "Sinto-me ameaçado, mas não vou desistir, não vou parar aqui”, afirma Nhane. Ele promete que continuará "a publicar assuntos de má gestão, de corrupção, de desvio de fundos, de tudo aquilo que tem a ver com a ilegalidade ao nível da autarquia de Dondo".

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