+ Minuto a Minuto: Eleições em Moçambique +
Publicado 9 de outubro de 2024última atualização 9 de outubro de 2024Os principais acontecimentos
- Presidente da CNE faz balanço positivo do arranque da votação e esclarece posição de partidos nos boletins de voto
- Consórcio Mais Integridade diz que situação do PODEMOS no boletim de voto "é perfeitamente regular"
- Observadores eleitorais descrevem "ambiente calmo" em dia de votação
- Filipe Nyusi vota e apela à tranquilidade durante a votação, sem "perturbações"
- Lutero Simango denuncia "fraude" por exclusão de membros do MDM
- Problemas de credenciação e alteração na lista relatados
- Daniel Chapo pede que eleições continuem "sem violência"
- Ossufo Momade pede que seja respeitada decisão do povo
- Comandante-geral da PRM garante que "a segurança está criada"
Niassa: Eleitores ainda esperam para votar
Plataforma Decide dá conta na sua página da rede social X que, "apesar do encerramento oficial, ainda existem pessoas na fila em alguns pontos do país". Estas são imagens da Escola Básica de Namacula, em Niassa, na mesa 03.
RENAMO pede reparação de irregularidades
O partido RENAMO denunciou hoje a exclusão de membros de mesas de voto e pediu aos órgãos de administração eleitoral para reparar "irregularidades" identificadas na votação.
"A forma como o processo de votação começou hoje é o prenúncio daquilo que são as irregularidades premeditadas, a começar primeiro pela exclusão dos membros de mesas de voto dos partidos políticos a todos os níveis", referiu o porta-voz da RENAMO, Marcial Macome.
Em conferência de imprensa para fazer o ponto de situação sobre a votação que decorre em Moçambique, a RENAMO apontou a exclusão de membros de mesa de voto em algumas mesas do distrito de Chibuto, na província de Gaza, nos distritos de KaMaxaquene e KaMavota, na cidade de Maputo, nos distritos de Gilé e Maganja da Costa, na Zambézia, e em alguns pontos da província de Maputo.
A RENAMO denunciou igualmente "falta de credenciação" dos seus delegados de candidatura e apontou a suposta inutilização das credenciais que o partido previamente atribuiu aos seus membros para as eleições gerais.
"Constatamos o uso de urnas sem tampas nas várias assembleias ao longo do país e verificámos que ainda cedo já havia processo de enchimento", detalhou o porta-voz, referindo que casos foram registados na cidade de Maputo e na província de Nampula.
"Exortamos a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) a reparar de forma rápida estas irregularidades com vista a garantir um processo no qual os moçambicanos se revejam (...) É preciso que os órgãos eleitorais respeitem a vontade do povo", concluiu Marcial Macome.
Mesas de voto começaram a fechar
As mesas de votação nas eleições gerais moçambicanas começaram a encerrar às 18:00, seguindo-se um período de até 15 dias para serem conhecidos os resultados nacionais.
Numa ronda feita pela Lusa em Maputo foi possível observar eleitores a aguardar junto às mesas de voto pelas 18:00, sendo possível nestes casos receber senhas para o efeito, desde que tivessem chegado antes do horário limite.
RENAMO denuncia episódios de fraude em Nampula
Nelson de Carvalho, responsável de comunicação do partido RENAMO em Nampula, denuncia que várias mesas de voto ainda não tinham sido abertas às 15h de hoje. Carvalho diz ainda haver registo de ações de alegada fraude eleitoral por parte do partido no poder.
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Sofala: "Quero ver as coisas a mudar", diz eleitora
Depois de exercer o seu direito de voto na Escola Amílcar Cabral no bairro central da Munhava, na cidade da Beira, Elisa Artur disse à DW ter feito “um esforço enorme para conseguir ir votar”.
“Vou esperar os resultados, mas quero ver as coisas a mudar. Já não estou a conseguir educar as minhas crianças, a escola está cara, as coisas estão complicadas neste país”, diz.
Na mesma assembleia de voto, Veronica Chiguacha diz esperar que “o próximo Presidente de Moçambique baixe o preço da comida”: “Está muito cara. Não sabemos onde vamos, estou cansada”.
Alterações nos cadernos eleitorais deixam eleitores fora da votação, diz Wilker Dias
Na sua página da rede social X, o analista político Wilker Dias afirma que, em vários locais, há eleitores a serem impossibilitados de votar porque os "cadernos de voto foram alterados".
Alemanha: Mandatário de Venâncio Mondlane critica CNE
Constâncio Maulana, mandatário de Venâncio Mondlane na Alemanha, denuncia tentativa de sabotagem para excluir a participação dos fiscais da oposição pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Segundo Maulana, além do atraso na entrega das credenciais dos delegados de candidatura, dos cinco candidatos a Membros de Mesa de Voto (MMVs), só três foram admitidos – tendo sido orientados a fazer o trabalho em Hamburgo. "Os excluídos não receberam nenhuma justificação", afirma.
Os restantes quatro círculos eleitorais na Alemanha "estarão exclusivamente nas mãos da FRELIMO", critica.
O mandatário de Venancio Mondlane na Alemanha lamentou ainda que "até perto das 14:00 horas, ainda não tinham começado as votações", em Berlim por falta de material.
Quelimane: Idosos queixam-se de longa espera para votar
Maria Joaquim [à direita] chegou por volta das 4 horas da manhã ao seu posto de votação na Escola Secundária Eduardo Mondlane, em Quelimane. Às 15h ainda não tinha conseguido votar, denunciando que não está a ser respeitada a prioridade entre os eleitores. O mesmo aconteceu com outras idosas, como dá conta o nosso correspondente na província.
No mesmo local, a assembleia de voto número 080043-01 só abriu às 13horas, porque os técnicos se terão esquecido dos boletins de voto e outros materiais de votação.
Também em comunicado, a Plataforma Decide dá conta que, "a maioria das assembleias de voto" em que estão presentes os seus observadores, "não está a respeitar os critérios de prioridade para idosos, mulheres grávidas e deficientes físicos".
MDM denuncia "esquema de fraude" em Sofala
Em Sofala, o cabeça de lista do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), José Domingos Manuel, denunciou um suposto esquema de fraude, alegadamente montado pela FRELIMO, partido no poder.
Cabo Delgado: Ativista social descreve ambiente de calma, mas com registo de ilícitos eleitorais
Ainda se continua a registar afluência em grande parte das mesas de votação na capital provincial de Cabo Delgado, Pemba, ainda que haja mesas sem ninguém. À DW, o ativista social Abudo Gafuro descreve um ambiente pacífico, mas aponta também ilícitos eleitorais.
Consórcio Mais Integridade diz que situação do PODEMOS no boletim de voto "é perfeitamente regular"
O Consórcio Eleitoral Mais Integridade está a observar as operações eleitorais através de 1900 observadores distribuídos por mais de 1500 locais de votação nos 161 distritos do país. Em comunicado enviado às redações ao início da tarde, o Consórcio afirma que 90% das cerca de 1000 mesas por si observadas iniciaram a votação a horas. Nas restantes, o atraso deveu-se à falta de material de votação.
A mesma plataforma dá conta que a afluência às urnas à hora da abertura era muito alta, "com uma média de 150 a 200 pessoas por fila em cerca de 95% das mesas observadas". E que, no geral, observadores e delegados de candidatura foram autorizados a observar o processo de abertura.
"Observadores do Mais Integridade foram arbitrária e abusivamente impedidos de observar a abertura numa escola de Chicuque, distrito da Maxixe, Inhambane, sem nenhum motivo apresentado pelo presidente da respetiva mesa", lê-se no mesmo documento.
Ainda em comunicado, o Consórcio explica que "notou logo de manhã alguma agitação em alguns locais de votação por causa do facto de o partido PODEMOS não ter sempre a mesma posição no boletim de voto”. No entanto, acrescenta, "esta é uma situação perfeitamente regular decorrente do facto que nem todos os partidos concorrem em todas as províncias e isto não afeta apenas o PODEMOS, como também pode afetar todos os outros concorrentes abaixo da posição 4 na ordenação geral".
Cabo Delgado: Eleitores reclamam de morosidade em Pemba
Há agitação na mesa de votação número 100405-02 da Escola Básica de Natite, em Pemba. Os muitos eleitores presentes dizem que a votação está a decorrer de forma lenta, o que criou alguma confusão que acabou por paralisar por alguns instantes a votação. A polícia foi chamada a intervir para repor a ordem.
Nesta escola funcionam 10 mesas de votação. Em algumas mesas tem sido registada uma afluência massiva, noutras praticamente não há eleitores na fila.
CNE faz balanço positivo do arranque da votação
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) fez hoje um balanço positivo sobre a abertura das mesas de voto, apesar de confirmar detenções por irregularidades eleitorais, sem adiantar um número, e “desafios” na entrega do material nas províncias da Zambézia e Gaza.
"De maneira geral avaliamos de forma positiva a abertura das mesas e que o processo está a correr de forma ordeira", afirmou o porta-voz da CNE, durante uma conferência de imprensa de balanço provisório sobre o processo.
O porta-voz abordou ainda queixas das candidaturas relacionadas com mudanças na ordem nos boletins de voto e de acesso dos delegados às assembleias, um pouco por todo o país.
Cuinica esclareceu que "nem todos os partidos estão a concorrer em todos os círculos eleitorais, seja a nível nacional ou no estrangeiro", razão pela qual não surgem no boletim no mesmo lugar sorteado.
Sobre a questão do acesso dos delegados às assembleias de voto e de eventuais irregularidades na entrega das suas credenciais, o porta-voz indicou que a CNE realizou uma reunião extraordinária e existem já equipas a deslocarem-se para o terreno.
Votação ainda não iniciou em Berlim, na Alemanha
A notícia foi avançada, há instantes, na conferência de imprensa da CNE de balanço provisório sobre o processo. Paulo Cuinica, porta-voz do órgão, explicou que houve "uma demora" na "chegada de material à Alemanha".
"Ainda não chegou a Berlim", pelo que "as mesas até ao momento ainda não abriram", disse.