++ Minuto a Minuto: Eleições em Moçambique ++
Publicado 11 de outubro de 2023última atualização 11 de outubro de 2023Os principais acontecimentos
- Relatos de dificuldades de acesso às redes sociais
- Urnas são encerradas e arranca a contagem de votos
- Polícia posiciona-se junto a assembleias de voto na Beira
- Votação decorreu de forma pacífica, mas há várias denúncias de irregularidades
Fim da cobertura ao minuto das autárquicas na DW
Terminamos por aqui a cobertura minuto a minuto deste dia de eleições em Moçambique. Agradecemos a sua companhia.
Pode continuar a acompanhar as notícias sobre as autárquicas na nossa página.
FRELIMO e RENAMO competem em pé de igualdade em Manica
Numa ronda feita por algumas mesas de voto em Manica, a DW verificou que os partidos FRELIMO e RENAMO estão a competir em pé de igualdade. O MDM e o Nova Democracia praticamente não têm expressão.
Corte de energia elétrica em Pemba
O corte da corrente eléctrica logo depois do encerramento da votação em Pemba levanta suspeitas entre a sociedade civil.
O ativista social Abudo Gafuro diz que não pode ser aceitável o corte de energia em momentos eleitorais, tal como tem sido habitual.
Gafuro condena também a interrupção da internet e as redes sociais: "Esses cenários mancham o processo".
Sala da Paz denuncia potenciais violações da lei
A Sala da Paz, plataforma da sociedade civil moçambicana de observação eleitoral, referiu hoje que a existência de boletins de voto previamente preenchidos e a morosidade no atendimento de votantes podem manchar as eleições autárquicas hoje realizadas no país.
"Preocupa à Sala da Paz a repetição de casos de boletins previamente assinalados a favor do partido FRELIMO [no poder] nos municípios de Gurué, Beira e Nampula", disse a porta-voz da plataforma, Sheila Manjate, citada num comunicado de imprensa distribuído pela entidade.
Na Escola Primária Completa de Murócue, município de Quelimane, centro do país, o presidente de uma mesa de voto duplicou os boletins de voto e entregou a um eleitor, que usou os dois na urna, refere-se na nota. "No momento de inserção dos boletins na urna, os delegados [dos partidos políticos] se aperceberam e impediram que o eleitor colocasse os dois boletins na urna", lê-se no comunicado.
A Sala da Paz entende que a morosidade no atendimento aos eleitores em algumas mesas de voto nas cidades de Maputo, Beira, Namaacha e Quelimane criou um mal-estar e agitação nos eleitores, que resultou em desistências de votantes, manchando o processo eleitoral. "Outra preocupação da Sala da Paz tem a ver com casos de propaganda política em pleno momento de votação, o que considera uma flagrante violação à lei eleitoral", disse a porta-voz da plataforma, citada na nota.
Relatos de disparos da polícia durante contagem de votos em Gurué
Da vila de Gurué, província da Zambézia, chegam relatos de caos, com a polícia a disparar gás lacrimogéneo e balas indiscriminadamente, após o registo de várias irregularidades durante a votação, segundo a imprensa moçambicana.
"Não houve nenhuma tentativa de manifestação, simplesmente há vários ilícitos, houve várias tentativas de introdução de votos na urna", diz uma testemunha citada pela TV Sucesso.
Já o Canalmoz escreve que "a polícia está a disparar em vários pontos, incluindo na residência do cabeça de lista do partido Nova Democracia", cujos fiscais terão denunciado a existência de pessoas na posse de "boletins pré-marcados a favor do partido FRELIMO".
"Quando começou a contagem que dava desvantagem ao partido no poder, a polícia desatou aos tiros", avança o Canalmoz.
Whatsapp já está a funcionar em Moçambique
A plataforma voltou a estar operacional, após as dificuldades de acesso registadas nas últimas horas.
Contagem dos votos com atraso de duas horas na capital
Arrancou a contagem de votos na capital moçambicana, Maputo. Mas houve atrasos de cerca de 2 horas. O processo decorre sob olhar atento de observadores eleitorais.
Começa a contagem de votos na cidade de Maputo
Depois de um atraso de cerca de duas horas, acaba de começar a contagem dos votos na Escola Secundária Josina Machel, na cidade de Maputo.
O processo decorre sob o olhar atento de observadores nacionais e internacionais.
Contagem dos votos às escuras
Já decorre a contagem dos votos em todos os postos de votação na autarquia de Quelimane.
Segundo constatou o correspondente da DW, a contagem está a decorrer sem iluminação em algumas assembleias, como na EPC de Quelimane, onde várias individualidades do Estado votaram.
A falta de corrente elétrica regista-se também nos postos de votação da EPC de Sampene, Namuinho, e Cololo 17 de setembro, no centro da cidade.
Problemas no acesso a redes sociais
O enviado especial da DW, Amós Fernando, relata problemas no acesso às redes sociais em Moçambique – a plataforma WhatsApp não funciona e há também denúncias de dificuldades para aceder à rede social Facebook, não só em Maputo como em vários pontos do país.
Correspondentes da DW relataram dificuldades no acesso à internet, tal como utilizadores das redes sociais Facebook e X, que dão conta de problemas técnicos e da impossibilidade de aceder ao Whatsapp.
Chimoio: Votação com baixa afluência de eleitores
Na província de Manica, a afluência dos eleitores nas mais de 400 assembleias de voto foi considerada baixa. Mas os que votaram esperam mudanças.
Maputo: Afluência rondou os 50%, estima Comissão Provincial de Eleições
A Comissão Provincial de Eleições ao nível da cidade de Maputo considera que o dia da votação foi tranquilo.
A presidente da comissão, Ana Tchemane, estima que o nível de afluência dos eleitores rondou os 50%.
Denúncias de irregularidades por todo o país
Nas últimas horas foram denunciadas por alguns partidos alegadas irregularidades envolvendo o processo eleitoral em diferentes províncias. Destacamos alguns dos casos denunciados por vários candidatos e membros e simpatizantes de partidos:
- Urnas já com boletins de voto no interior aquando da abertura
- Eleitores com mais do que um cartão para votar
- Forte dispositivo policial em assembleias de voto em vários municípios do país
- Tentativas de troca de urnas
- Observadores sem credenciação
- Impedimento de fiscais nos postos de votação
- Duplicação de nomes de eleitores nos cadernos eleitorais
Autárquicas: "FRELIMO quer ganhar a todo o custo"
Em entrevista à DW, Edson Cortez, presidente do consórcio Mais Integridade, diz que estas foram das piores eleições de sempre em Moçambique.
"Somos tão maus que nunca saímos de onde estamos", afirma, acrescentando que os problemas começaram logo na acreditação dos observadores.
"Pelo que estou a ver até agora, não me parece que seja um processo transparente. É um processo de "marteladas", em que se tem de ganhar a todo o custo", diz Edson Cortez.
CIP faz o balanço do processo de votação
O Centro de Integridade Pública (CIP) está neste momento em direto, no Facebook, a fazer um balanço do processo de votação nas eleições autárquicas, com a ajuda dos seus observadores no terreno.
Tanto os elementos em estúdio, como os enviados do CIP e utilizadores relatam problemas técnicos com a internet, particularmente o Whatsapp.