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Ministra do Trabalho processa edil de Nampula

Lusa
5 de setembro de 2023

A ministra do Trabalho de Moçambique, Margarida Talapa, anunciou um processo judicial contra o presidente do Conselho Municipal de Nampula, Paulo Vahanle, que a associou a uma tentativa de homicídio que terá sofrido.

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Margarida Talapa, ministra do Trabalho de Moçambique
Foto: Delfim Anacleto/DW

"Não respondo, porque é provocação. Vocês sabem muito bem que não sou dessas pessoas.  E coloquei o caso às instâncias judiciais, esperamos que eles tragam a verdade", afirmou a ministra Margarida Talapa, questionada sobre este caso pelos jornalistas, em Maputo.

O presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Paulo Vahanle, acusou em 24 de agosto um membro da Unidade de Proteção de Altas Individualidades, à paisana, de o tentar eliminar, mas a Polícia moçambicana disse que se tratou de um mal-entendido.

Paulo Vahanle afirmou que nas "investigações" o alegado autor do atentado disse que "vinha a mando" da ministra do Trabalho: "Lamentou-se e disse que iria sofrer ou iria ser morto por causa da senhora ministra do Trabalho. Ficamos sem perceber como é que é a ministra do Trabalho a delegar-lhe essa missão".

Falando durante uma conferência de imprensa naquela cidade, a terceira principal em Moçambique, Paulo Vahanle disse que essa tentativa de assassínio ocorreu em 22 de agosto, durante as celebrações do 67.º aniversário da cidade de Nampula.

"Eu, estando na tribuna, recebi informações de movimentos estranhos de um indivíduo que depois foi capturado e surpreendido com uma arma de fogo do tipo pistola com 15 munições", declarou o autarca, avançando que a arma em causa, apresentada durante a conferência de imprensa, pertencia à Unidade de Proteção de Altas Individualidades da Polícia da República de Moçambique (PRM).

Paulo Vahanle, presidente do Conselho Municipal de Nampula
Paulo Vahanle, presidente do Conselho Municipal de NampulaFoto: Sitói Lutxeque/DW

PRM fala em "mal-entendido"

O porta-voz da Polícia da República de Moçambique na província de Nampula esclareceu que se tratou de um mal-entendido, avançando que o membro da corporação estava em missão de serviço.

"Isso não passou de um mal-entendido. O agente em causa estava devidamente instalado e é preciso referir que uma das formas ou estratégias que a polícia tem para garantir a ordem e tranquilidade é colocar agentes à paisana para intercetar qualquer ameaça. Portanto, nesse processo, alguns homens que estavam na comitiva do presidente do município entenderam que o agente da PRM que estava ali estava a apresentar movimentos estranhos o interpelaram-no. Esta é uma situação, a priori, ilegal, porque eles não têm mandato para tal", declarou Zacarias Nacute.

"Não houve qualquer tentativa de assassínio. Este é um membro da polícia que estava a fazer o seu trabalho", frisou o porta-voz da PRM em Nampula.

O autarca de Nampula foi eleito pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, e ocupa o cargo desde 2018.