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Guiné-Bissau arquiva caso de avião arrestado

Lusa
8 de fevereiro de 2022

O Ministério Público da Guiné-Bissau arquivou o processo relativo ao avião A340, mandado arrestar pelo Governo por suspeita de carga ilegal, anunciou a PGR. Um oficial do Ministério do Interior foi constituído suspeito.

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Airbus-340 proveniente da Gâmbia ficou retido no aeroporto de Bissau, em outubro passado
Airbus-340 proveniente da Gâmbia ficou retido no aeroporto de Bissau, em outubro passadoFoto: Privat

"A Procuradoria-Geral da República informa que no âmbito do caso da aeronave A340 C5-AST estacionada no aeroporto Osvaldo Vieira, o Ministério Público, depois de demorada busca (e apreensão) feita pelas autoridades judiciárias no interior da mesma, em dezembro, sem encontrar nenhum objeto ilícito (de crime que possa interessar à investigação) decide arquivar este processo", pode ler-se no comunicado.

Segundo a nota informativa, a investigação "durou oito horas", foi dirigida pelo Ministério Público, e contou com a participação da Polícia Judiciária, Polícia de Ordem Pública e Guarda Nacional e foi feita na presença dos representantes do Governo e da empresa proprietária do avião

Oficial do Ministério do Interior suspeito

"No entanto, no âmbito deste processo, um oficial do Ministério do Interior foi constituído suspeito, com o processo acusado e remetido para julgamento, por indícios de crimes de falsificação intelectual de documentos e de simulação de crime", refere-se na nota.

O avião A340 aterrou em Bissau em 29 de outubro com autorização do gabinete do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, decidiu impedir o avião de sair do país e mandou arrestá-lo, por ter considerado que entrou ilegalmente na Guiné-Bissau proveniente da Gâmbia.

Na sequência da suspeita, o chefe do Governo anunciou uma investigação à aeronave, pedindo o apoio da comunidade internacional.

Já em dezembro, o primeiro-ministro disse no Parlamento que o avião não tinha droga, armas ou explosivos a bordo, citando informações preliminares dos peritos internacionais.

Este caso agravou a tensão política entre o Presidente da República e o primeiro-ministro, tendo o chefe de Estado chegado a ameaçar demitir o chefe do Governo.

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