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Ministério das Telecomunicações convida UNITA para diálogo

kg | Lusa
16 de setembro de 2021

O gabinete convidou representantes do maior partido da oposição para discutir "ambiente de crispação" com TPA e TV Zimbo. Objetivo é criar condições para restabelecer "o relacionamento profissional entre as partes".

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TV Zimbo
Foto: DW/M. Sampaio

O Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social de Angola convidou três representantes da direção da UNITA para discutir o "ambiente de crispação" entre os canais públicos TPA e TV Zimbo e o maior partido da oposição.

No convite, o gabinete do ministério explica que o objetivo da reunião é "criar condições anímicas e de tolerância que restabeleçam o relacionamento profissional entre as partes, num clima harmonizado, de respeito às leis e à dignidade da pessoa humana, sem constrangimentos, nem preconceitos de qualquer índole e em benefício da efetivação plena do direito constitucional de informar e ser informado".

O convite foi apresentado na sequência dum apelo feito pelo Presidente angolano durante sua visita oficial de dois dias à província do Kwanza Norte, entre terça e quarta-feira. João Lourenço apelou ao diálogo entre as duas televisões públicas do país e a UNITA, depois de estas terem decidido boicotar a cobertura do maior partido da oposição, após atos de intimidação a jornalistas numa manifestação, no sábado passado (11.09).

As televisões "é que sentiram na pele a intolerância por parte de um determinado partido político, sentiram a vida dos seus jornalistas, dos seus profissionais, em causa, em perigo, e reagiram da forma que todos nós vimos", disse o Presidente, recordando que a decisão de não cobrir mais ações da UNITA coube aos "ofendidos, no caso os órgãos de comunicação social".

Entidade reguladora pede respeito à Constituição

Esta quarta-feira (15.09), a Entidade Reguladora da Comunicação Social de Angola (ERCA) chamou a atenção às direções das duas televisões públicas angolanas - TPA e TV Zimbo - para respeitarem o direito de tratamento imparcial da imprensa pública previsto na Constituição angolana.

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Num comunicado, o conselho diretivo da ERCA refere que analisou as consequências dos acontecimentos resultantes da marcha organizada pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, em Luanda, no sábado passado (11.09), condenando "de forma inequívoca" os atos protagonizados por alguns manifestantes contra profissionais dos canais estatais TPA e TV Zimbo.

O conselho diretivo da ERCA reiterou também a "necessidade imperiosa" de os jornalistas no exercício das suas funções beneficiarem da máxima proteção por parte dos organizadores das manifestações e de outras atividades político-partidárias, de forma a se evitar que sejam molestados, por quem quer que seja, independentemente dos meios utilizados. O órgão destaca que o novo Código Penal criminaliza como atentado à liberdade de imprensa qualquer ação ilegítima que vise dificultar o exercício da atividade jornalística no espaço público.

Em entrevista à DW África, o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, diz que a posição dos órgãos estatais é exagerada e é crime. "É óbvio que é um crime o que estão a praticar e isto denota a desgovernação que vai por este país. Aquele incidente foi condenado, mas não é referente para tanto escândalo e exagero. Preocupa na medida em que estamos em pré-campanha eleitoral. Angola está um espelho de tudo quanto não deve ser", afirmou.

Desde terça-feira (14.09) a DW África procura insistentemente ouvir a posição da TV Zimbo sobre o caso, mas o canal ainda não se mostrou disponível para falar e aguarda-se por um comunicado da Zimbo a qualquer momento.

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