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PolíticaBielorrússia

Bielorrússia: Milhares de pessoas nas ruas contra Lukashenko

AFP | Lusa | rl
23 de agosto de 2020

Manifestantes voltaram a pedir a demissão do Presidente Lukashenko após vitória "fraudulenta" nas presidenciais de 9 de agosto. Governo enviou exército para as ruas, alegadamente, para proteger monumentos.

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Belarus Minsk | Proteste gegen Präsident Lukaschenko
Foto: picture-alliance/dpa/D. Lovetsky

Milhares de bielorrussos manifestaram-se de novo, este domingo (23.08), em Minsk, capital da Bielorrússia, para exigir a saída do Presidente Alexander Lukashenko, reeleito a 9 de agosto, mas que enfrenta há semanas forte contestação.

Munidos de bandeiras brancas e vermelhas, as cores do protesto, os manifestantes reuniram-se na Praça da Independência e nas ruas circundantes, entoando slogans como "liberdade!", descreve a agência de notícias AFP.

"O governo cortou a Internet para evitar a propagação de imagens dos protestos. Os polícias têm estado a lembrar às pessoas, através do uso de megafones, que os protestos são ilegais, no entanto, os manifestantes não parecem muito assustados", afirma Nick Connolly, correspondente da DW na capital bielorrussa.

Desde que foram anunciados os resultados das eleições presidenciais de 9 de agosto, e que atribuem a vitória a Lukashenko com 80% dos votos, contra 10% de Svetlana Tikhanovskaia, que os bielorrussos se têm manifestado diariamente nas ruas de várias cidade do país. Os manifestantes consideram os resultados "fraudulentos" e denunciam "repressão brutal".

"Se [Lukashenko] realmente ganhou a eleição, então por que é que tanta gente vai às ruas contra ele?", questiona Yevgeny, um manifestante de 18 anos.

Já Nikita, de 28 anos, refere que Lukashenko "quer que todos se dispersem e vivam como antes", mas garante: "Nada nunca mais será igual".

Exército "para proteger monumentos"

A imprensa local publicou, entretanto, vídeos onde se veem canhões de água e a polícia de intervenção a dirigir-se para a Praça da Independência.

O Ministério da Defesa anunciou, este domingo (23.08), que destacará o exército para proteger os monumentos nacionais "sagrados" dos manifestantes e que não tolerará qualquer agitação perto destes locais.

"A notícia [do destacamento do exército] escandalizou as pessoas. Até agora, apenas a polícia de intervenção atuou contra os manifestantes. Não é claro se estes soldados estarão dispostos a usar a força contra manifestantes desarmados", disse Connolly, da DW.

Na semana passada, em Minsk, mais de 100.000 pessoas reuniram-se para exigir a saída de Lukashenko que está no poder há 26 anos no poder.

Mas o presidente bielorrusso descartou a saída do cargo, conforme solicitado pela sua principal adversária, Svetlana Tikhanovskaïa que após as eleições se exilou na Lituânia por medo ameaças, conforme relataram familiares.

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