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Manica: Deslocados pedem unidade sanitária, água e alimentos

Bernardo Jequete (Manica)
21 de junho de 2021

No distrito de Gondola, província de Manica, 250 famílias deslocadas devido aos ataques da Junta Militar da RENAMO no centro de Moçambique pedem ao Governo a construção de uma unidade sanitária, água potável e alimentos.

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Mosambik | Vertriebene in Gondola
Foto: Bernardo Jequete/DW

As famílias reassentadas no bairro de Massequece, em Gondola, percorrem diariamente cerca de 30 quilómetros para encontrar uma unidade sanitária. Golone Chiri, líder comunitário, diz que os deslocados não têm dinheiro para custear despesas de transporte para chegar até o centro de saúde de Mutindir ou de Muda Serração.

Os doentes crónicos e mulheres grávidas passam por imensas dificuldades. "As mulheres em trabalho de parto, por ser longe, podem vir a dar à luz pelo caminho. Por isso, temos de ter um hospital", apela.

Segundo o líder comunitário, várias mulheres grávidas já deram à luz ao longo da estrada, a caminho do hospital, facto que propicia o aumento da taxa de mortalidade materno-infantil devido à ausência de cuidados médicos durante o parto.

"Estamos a ser apoiados com comida, mas não basta. Estamos a pedir sempre ao Governo para nos apoiar. Há falta de hospital aqui e esta zona é muito grande, não há meios de transporte. Saímos daqui para Mutindir e, às vezes, saímos com uma pessoa doente e chega já cansada e pode morrer pelo caminho", conta.

Mosambik | Vertriebene in Gondola
Deslocados em Gondola pedem melhores condições de vidaFoto: Bernardo Jequete/DW

Melhores condições de vida

Carlo Nhassengo, um dos reassentados naquela região, enaltece o esforço que o Governo tem empreendido no que tange a assistência alimentar. Mas reitera que os deslocados abandonaram tudo o que possuíam nas zonas de origem por causa dos ataques da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO.

Por isso, solicita melhores condições de vida, com destaque para géneros alimentícios. "O hospital está longe, outros nascem pelo caminho e chegam lá com o bebé nas mãos. Outras nascem em casa. Há uma que nasceu mesmo no carro a caminho de lá", relata.

A administradora de Gondola, Etelvina Ambasse, afirma que o Governo está a concentrar esforços no sentido de solucionar os problemas dos deslocados, apontando entre outras intervenções a construção de uma fonte de abastecimento de água potável.

Garantiu que através do governo central tudo será feito no sentido de flexibilizar os projetos já desenhados pelo setor da Saúde, ato que contará com o apoio de parceiros como forma de aliviar a pressão sobre o Orçamento do Estado na construção de infraestruturas de utilidade social no distrito.

"Em termos de unidade sanitária, nós alocamos uma brigada móvel que tem feito assistência semanalmente a esta população. Realmente, o centro carece de um centro de saúde, mas estamos a envidar esforços. Pedimos também apoio a parceiros que nos possam apoiar para abertura de um centro de saúde a nível deste posto administrativo de Inchope", adiantou Etelvina Ambasse.

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