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Mali: um país mergulhado no caos

9 de junho de 2012

Os trabalhadores malianos, retornados da Líbia, vivem em condições precárias nas ruas de Bamako. Os tuaregues, ex-mercenários de Muammar Kadhafi, por sua vez, vieram com armas pesadas e ameaçam o exército regular.

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Malian nationals arrive from the northern cities of Gao and Mopti at the Bamako bus station after two days of travel on April 7, 2012. Coup leaders in Mali have agreed to stand down and allow a transition to civil rule as part of a deal struck with the West African regional bloc, Ecowas. The deal, signed by coup leader Captain Amadou Sanogo, will see an end to sanctions against Mali and power handed to the head of the national assembly. But no timetable has been set for the handover, and Tuareg rebels in the north have declared independence for the territory they call Azawad. Photo by Julien Tack/ABACAPRESS.COM # 315986_011
Mali FlüchtlingeFoto: picture alliance/abaca

Em Bamako, capital do Mali, os refugiados vêem-se por todo o lado. A maior parte veio da Líbia "à queima roupa", na sequência do derrube do regime de Muammar Kadhafi. No Mali distingue-se dois grupos de retornados diferentes: os que trabalhavam na Líbia e perderam os seus empregos na sequência dos confrontos mlitares, e os que participaram ativamente na guerra, como mercenários, pagos pelas forças fieis ao deposto presidente líbio, general Muammar Kadhafi.

Ex-trabalhadores na Líbia sobrevivem nas ruas de Bamako

Os que vivem pior são os ex-trabalhadores na Líbia que perderam os seus empregos e agora sobrevivem à custa de familiares e sem apoio por parte de organizações governamentais e não governamentais.

Em poucos meses o Mali, que era considerado um dos países mais estáveis (politica e socialmente) da África Ocidental, mergulhou no autêntico caos. Um movimento separatista composto pelos nómadas do povo tuaregue, assim como vários movimentos islamistas conseguiram levar a melhor contra o exército regular no norte do país, tomaram as maiores cidades da região, e declararam a independência do denominado "Estado do Azawad".

Os combatentes do grupo islamista Ansar Dine (na foto), no norte do Mali, uniram-se aos tuaregues e declararam a independência do Estado de Azawad
Os combatentes do grupo islamista Ansar Dine (na foto), no norte do Mali, uniram-se aos tuaregues e declararam a independência do Estado de AzawadFoto: dapd

Tuaregues vindos da Líbia controlam o norte do Mali

A União Europeia e a União Africana rejeitaram repetidamente a "declaração de independência" feita pelos grupos rebeldes que controlam o Norte do Mali e reafirmaram o apoio à integridade territorial do país africano.

Dois dos grupos que controlam o Norte do Mali há cerca de dois meses, os rebeldes tuaregues e o movimento islamita Ansar Dine, anunciaram já várias vezes a fusão e proclamaram um "Estado islâmico" na região.

A União Europeia e União Africana estão também de acordo sobre a necessidade de "aumentar a pressão" sobre os rebeldes malianos e de apoiar o processo de transição em curso no Mali, na sequência do golpe de Estado de 22 de março último.

Outra organização regional, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que denunciou a "tentativa de criação" de um Estado islâmico no Norte do Mali e também rejeitou a mesma "declaração de independência", já manifestou disponibilidade para enviar uma força armada para o país africano, se receber um pedido oficial das autoridades da transição.

Mapa do Mali: Movimento separatista de Azawad
Mapa do Mali: Movimento separatista de AzawadFoto: DW

Um contraste de autoria da repórter DW Marine Olivesi, apresentado por António Cascais.

Autor: António Cascais
Edição: António Rocha

Mali: um país mergulhado no caos