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Grupo terrorista reivindica autoria de atentado em Bamako

Lusa | AFP
17 de setembro de 2024

Os jihadistas filiados na Al-Qaeda reivindicaram um raro duplo ataque na capital do Mali, Bamako, contra um aeroporto militar e um centro de formação.

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Bamako, Mali
Grupo terrorista reivindica autoria de atentado sem precedentes em BamakoFoto: Fabien Offner/AFP/Getty Images

Os terroristas do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM), afiliado da Al-Qaida, reivindicaram hoje a autoria de um atentado sem precedentes em Bamako, capital do Mali, onde prosseguem combates perto do aeroporto.

"Uma operação especial teve como alvo o aeroporto militar e o centro de formação dos guardas malianos na capital, Bamako, esta manhã, causando enormes perdas humanas e materiais e a destruição de vários aviões militares", declarou o GSIM através dos seus canais de comunicação.

A junta militar que governa não forneceu qualquer informação sobre as perdas sofridas pelos militares.

Enquanto certas regiões do Mali continuam a ser alvo de ataques quase diários, a capital tem sido poupada à violência desde um atentado em março de 2016, contra um hotel que albergava a antiga missão europeia de treino do exército maliano.

Os combates após o ataque de hoje continuaram ao início da tarde, com fortes trocas de tiros perto da esquadra da polícia que controla o acesso ao terminal civil do aeroporto, disseram à agência noticiosa France-Presse (AFP) responsáveis da segurança e do aeroporto.

"Situação está controla"

Além das versões divergentes do GSIM e das autoridades, o 'modus operandi' e o número de mortos permaneceram pouco claros ao longo do dia, num contexto de tensão e de fortes restrições à circulação de informações impostas pela junta no poder desde 2020.

"A situação está sob controlo", declarou o chefe do Estado-Maior do exército, o general Oumar Diarra, na televisão estatal. "Os terroristas foram neutralizados. A operação continua", acrescentou.

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O exército apelou à população para manter a calma. A televisão mostrou imagens de cerca de 20 prisioneiros com as mãos atadas e os olhos vendados.

O general limitou-se a falar de "tentativas de infiltração ligeiramente complexas" na escola da polícia, sem mencionar um ataque ao aeroporto, ao contrário dos rebeldes.

A escola fica a poucos minutos de estrada do setor aeroportuário, onde o aeroporto militar é contíguo às instalações civis.

Acessos limitados

O Ministério dos Transportes anunciou em comunicado que o acesso ao aeroporto foi "temporariamente restringido para evitar quaisquer riscos".

Uma testemunha confirmou à AFP que a zona estava isolada e que não podia aceder ao aeroporto pela estrada principal.

Os funcionários da ONU também receberam uma mensagem que lhes dizia para "limitarem os seus movimentos até nova ordem".

O Mali, um país pobre e sem litoral que enfrenta a propagação do terrorismo e uma profunda crise multidimensional desde 2012, foi palco de dois golpes de Estado, em agosto de 2020 e maio de 2021.

Desde então, tem sido governado por uma junta liderada pelo Coronel Assimi Goïta.

Os seus vizinhos, o Burkina Faso e o Níger também viram os seus militares tomar o poder pela força.

Desde 2022, os militares romperam a sua aliança de longa data com a França e os seus parceiros europeus, voltando-se para a Rússia em busca de apoio militar e político.

As autoridades malianas continuam a enfrentar grandes desafios, não só em termos de segurança, mas também em termos económicos, sociais e estruturais.

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