Ligação de novo arcebispo de Luanda à Presidência de Angola cria controvérsia
10 de dezembro de 2014Publicidade
A Nunciatura Apostólica em Angola anunciou na segunda-feira (8.12) a nomeação do novo arcebispo Metropolitano de Luanda. Trata-se de Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dias, que substitui Dom Damião Franklim, vítima de doença em abril deste ano.
A escolha do novo arcebispo de Luanda foi recebida com alegria pelos fiéis católicos, que esperam uma atitude pró-ativa de Dom Filomeno Vieira Dias, dada a centralidade da diocese de Luanda. A posição foi defendida pelo bispo da diocese do Uíge, Dom Emilio Sumbelelo, que considera que a capital angolana “joga um papel fundamental tanto a nível social, como da própria Igreja” porque é aqui “que estão todos os órgãos de decisão a nível nacional”.
Desconfiança desde Cabinda
Reações semelhantes surgiram em 2005, quando Dom Filomeno foi nomeado bispo de Cabinda. Na altura, houve mesmo quem considerasse que a nomeação seria uma forma de a Igreja se distanciar das posições críticas que alguns padres de Cabinda assumiam contra as autoridades angolanas.
Francisco Luemba, docente universitário, é uma das pessoas que acreditam que a escolha do novo arcebispo de Luanda poderá contribuir para que a Igreja Católica tenha “uma posição ainda mais moderada” em relação aos atos do governo.
“Não é segredo para ninguém”, afirma Luemba, que “Dom Filomeno Vieira Dias pode ser considerado como alguém do regime. É filho de uma das famílias tradicionais do MPLA”. Ainda assim, Francisco Luemba deseja que “para o povo de Luanda”, o novo arcebispo “seja um bom pastor e traga muitas graças para a população e a Igreja Católica”.
“Dom Filomeno é um filho da Igreja, como qualquer outro bispo. Cada uma dessas pessoas procura servir a Igreja com aquilo que é próprio de si. Estas críticas sociais, às vezes, vêm distorcer aquilo que é a função da Igreja. Não é uma associação, muito menos uma associação política”, considera.
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