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Kremlin "preocupado" com ataque a região russa

rl | Lusa | EFE | AFP | Reuters
23 de maio de 2023

Moscovo diz ter eliminado grupo que acusou de atacar a região de Belgorod, na segunda-feira. Rússia atribuiu ataque à Ucrânia, que negou qualquer envolvimento. Kiev garante que não combate em território estrangeiro.

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Russland bekämpft "Sabotagegruppe" in der Grenzregion in Belgorod l Russisches Staatsfernsehen
Foto: Russisches Staatsfernsehen via AP

O Ministério da Defesa da Rússia anunciou, na tarde desta terça-feira (22.05), ter eliminado o grupo que protagonizou, na segunda-feira, um ataque na região russa de Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia.

Em comunicado, Moscovo disse que as forças russas mataram 70 "nacionalistas (ucranianos)" na região, tendo expulsado o resto para território ucraniano.

"Durante a operação antiterrorista, com a ajuda de ataques aéreos e de artilharia e com a ação das unidades de defesa da fronteira do Distrito Militar Ocidental, as formações nacionalistas (ucranianas) foram travadas e esmagadas", informou o Ministério, acrescentando que "os restantes nacionalistas foram empurrados para o território da Ucrânia, onde os ataques (...) prosseguiram até à sua eliminação total".

A operação foi realizada um dia depois da região de Belgorod ter sido alvo de um ataque que feriu oito pessoas e levou a Rússia a desencadear uma "operação de contraterrorismo".

Russland l Gouverneur der Region Belgorod - Wjatscheslaw Gladkow
Governador da região russa de Belgorod, Vyacheslav GladkovFoto: Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS

Segundo o governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, a província russa foi atacada mais de quarenta vezes com 'drones', artilharia e morteiros em diferentes localidades, entre segunda-feira e esta manhã, havendo 12 civis feridos e 29 casas particulares danificadas. 

Ataque reivindicado

Inicialmente, o governador da região russa atribuiu o ataque a sabotadores das Forças Armadas ucranianas. Kiev negou. O vice-ministro da Defesa da Ucrânia, Ganna Malyar, disse que o seu país "não combate em territórios estrangeiros".

Já um representante da Direção de Inteligência Militar da Ucrânia atribuiu os ataques a dois grupos de voluntários russos que lutam contra o Kremlin: o Corpo de Voluntários Russos (CVR) e a Legião da Liberdade para a Rússia (LLR).

O CVR publicou vídeos dos ataques de segunda-feira no seu canal do Telegram, enquanto a LLR anunciou o "início da invasão de Graivoron, na região de Belgorod", onde ocorreu o ataque.

"A Rússia será livre!", escreveu o LLR, que afirma no seu canal no Telegram que está "a lutar contra o regime ditatorial na Rússia".

A Legião da Liberdade para a Rússia (LLR) é um movimento russo que luta pelos interesses da Ucrânia e que já tinha afirmado estar por trás de incursões anteriores na mesma região.

Kremlin "preocupado"

O Governo russo reagiu ao incidente apelando a medidas de defesa mais rigorosas. Em declarações esta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, exprimiu "profunda preocupação" com o sucedido.

Ukraine Charkiw | beschädigtes Verkehrsschild, Richtung Belgorod
Ataque desta segunda-feira a cidade russa não deixou vítimas mortaisFoto: Vadim Ghirda/AP Photo/picture alliance

"O que aconteceu ontem (segunda-feira) é motivo de grande preocupação e demonstra mais uma vez que os combatentes ucranianos continuam atividades contra o nosso país. Isto exige mais esforços da nossa parte. Estes esforços continuam e a 'operação militar especial' (na Ucrânia) continua para que isto não volte a acontecer", disse.

Peskov descartou, no entanto, que o Presidente Vladimir Putin vá realizar uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da Rússia dedicada à incursão em Belgorod, como fez no último mês de março após uma ação semelhante na região fronteiriça de Briansk, reivindicada pelo Corpo de Voluntários Russos (CVR).

Questionado sobre o envolvimento de russos no ataque à região, Peskov reiterou que são "combatentes ucranianos da Ucrânia". 

A Rússia também abriu um processo-crime por terrorismo contra os autores dos ataques.

"Estão a ser tomadas medidas para determinar a identidade dos agressores e todas as circunstâncias do incidente", declarou o organismo responsável pelas principais investigações na Rússia num comunicado citado pela agência francesa AFP.

Até ao momento, os acontecimentos relatados por Moscovo desde segunda-feira não foram verificados por entidades independentes.

Nos últimos meses, a Rússia tem acusado "sabotadores" ucranianos de incursões armadas no interior do país.